Não me parece que a atual posição de Portugal no grupo F ponha em causa a classificação para o Mundial de 2014. Nem estou de acordo que se critique as exibições e os resultados realizados pela Seleção Nacional, só porque há quatro jogos não vence. Uma coisa é jogar a feijões contra equipas como Gabão e Equador. Outra é competir na fase de apuramento para o Brasil'2014.

É verdade que as exibições e os resultados surpreenderam pela falta de qualidade e pela perda de pontos. Mas, aceita-se que, com a sobrecarga de jogos, os jogadores cumpram os mínimos em encontros particulares. Não concordo e nem aceito a deslocação ao Gabão. A qual colocou as questões financeiras acima da integridade física dos jogadores, os quais atuaram num terreno em péssimas condições. Parecia um campo de semear batatas e tiveram de suportar uma inabitual elevada humidade.

O jogo no Gabão foi o que se viu e frente ao Equador perdemos por inadmissíveis erros defensivos, quer individualmente, quer coletivamente. Os quais certamente serão corrigidos, pois não são admissíveis nesta elite de profissionais, nem numa estrutura de 4x3x3.

Nos jogos a doer perdemos na Rússia pela margem mínima o que se aceita. Já o empate em casa com a Irlanda do Norte foi inesperado. Aliás, este resultado foi o mais penalizante porque nos afastou do primeiro lugar. E assim perdemos a oportunidade de ultrapassar a Rússia quando os soviéticos nos visitarem.

A mim não me preocupa o futuro, mas sim o presente e o futuro. No presente temos de somar seis pontos nestas duas deslocações. E no futuro temos de aguardar que a Rússia cometa um deslize e se tal acontecer seremos apurados diretamente. Se isso não suceder iremos ao tradicional play-off. Israel, Irlanda do Norte e Azerbaijão não contam. Só servem para atrapalhar e a Irlanda já nos atrapalhou.

Temos constatado que as exibições coletivas não têm estado ao nível do valor individual dos jogadores. É verdade que os selecionadores têm muito pouco tempo para treinarem, para passarem a mensagem e os planos de jogo que desejam que os selecionados interpretem. Sabemos que a nossa seleção tem por base o 4X3X3.Paulo Bento deverá ter como prioridade explicar teórica e praticamente o que os jogadores devem fazer no 4X3X3.  

Como se sabe este modelo é o mais percetível nas ações defensivas. É equilibrado no binómio defesa-ataque e funciona em pleno quando é interpretado a rigor. A defender forma uma oposição simétrica, que simplifica a compreensão o posicionamento e as marcações por parte dos jogadores.

Em termos atacantes este sistema pode proporcionar um futebol fascinante, atrativo e eficaz. Para isso é preciso que o envolvimento, e a integração de setores sejam bem interpretados. As movimentações elaboradas e propostas pelo selecionador geram a confusão nas defesas adversárias. Esta sincronizada mobilidade surpreende pela impercetibilidade dos opositores, pelo ritmo, pela velocidade e pela técnica. Claro que necessitamos de bons intérpretes. Mas então? Os nossos não estão a léguas dos de Israel e do Afeganistão.

Afinem melhor o estilo e a filosofia de jogo. Tragam os seis pontos. Porque depois, a sete de Junho vêm aí os Russos.