![Opinião - Dias Ferreira:](/assets/img/blank.png)
A apresentação da candidatura de Pedro Proença à presidência da Federação Portuguesa de Futebol foi um momento de enorme simbolismo. O auditório em plena Cidade do Futebol, onde ser reuniram 13 Associações Distritais e todas as Associações de Classe, bem como os Clubes e, facto ainda mais relevante, todos os 63 delegados à Assembleia Geral eleitoral da FPF subscritores da candidatura, fez justiça ao lema apresentado – Unir o Futebol.
Não existirá registo de tão evidente mobilização pública em torno de uma causa, sobretudo num país futebolístico vocacionado para a cisão e guerra de interesses, e essa é desde logo a primeira vitória de Pedro Proença: o sinal de que o futebol pode unir-se em torno de um interesse comum e começar finalmente a trabalhar para a valorização de todos.
O percurso numa Liga Portugal que recuperou e profissionalizou aponta desde logo para a extraordinária visão e vocação aglutinadora de Pedro Proença. Por isso, a transposição desta capacidade para um possível resultado robusto na eleição para a Federação Portuguesa de Futebol será duplamente surpreendente e previsível. É sinal de um novo tempo, mas é resultado de competência. E essa competência está desde logo espelhada no que de profundamente essencial resultou do evento na Cidade do Futebol. A apresentação do Programa de Candidatura.
A espuma mediática é pouco convidativa a análises profundas, mas o Programa 'Unir o Futebol', tornado público no dia 3 de fevereiro, encerra uma dimensão e oportunidade histórica, pela profundidade das propostas e pelas áreas que toca. Recusando uma pirotecnia populista de distribuição de dinheiros e de betão, a norte, a sul e nas ilhas, Pedro Proença evidenciou a coragem de colocar em discussão temas verdadeiramente cruciais para a melhoria do futebol e para sua valorização enquanto espetáculo, em particular, a Disciplina e a Justiça.
Neste domínio, pode o futebol e a sua sempre ambicionada verdade desportiva existir sem clareza e celeridade de processos? Como referiu Pedro Proença no seu discurso, o futebol atual tem urgência numa Disciplina com dedicação exclusiva, tendencialmente profissional, com protagonistas capazes de assegurar dedicação plena e agilidade. Este é um dossier conhecido que, como outros, tem estado fechado na prateleira da falta de coragem, mas que importa resgatar para discussão urgente. Tal como o dossier do Tribunal Arbitral do Desporto, cuja eficiência obriga, no mínimo, a reflexão atenta e de todos os agentes
Uma eleição deve sufragar um líder e a sua equipa, a qualidade das propostas e a capacidade de execução. Pedro Proença poderia ter escolhido o caminho mais fácil, mas apontou corajosamente aos territórios habitualmente perdidos no imobilismo. Seja na Disciplina e Justiça, na Governação e na profissionalização da Arbitragem, ou no relançamento da Formação e da Ambição Desportiva, para enunciar apenas mais duas áreas essenciais, o seu Programa merece uma leitura atenta e uma particular atenção a temas que podem verdadeiramente refundar o futebol português. É isso ou discutir o tamanho da nova pala do Jamor...
PS: O auditório da Cidade Futebol, cuja primeira fila honrosamente ocupei na apresentação da candidatura de Pedro Proença, a 3 de fevereiro, evidenciou muito mais do que o discurso de um candidato. Mostrou União. Afinal o futebol pode mesmo ser um exemplo para o País e para as mais diversas áreas de atividade.
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