Este campeonato, para não fugir à regra e pela diferença qualitativa dos restantes concorrentes, foi mais uma vez disputado entre o Benfica e o Porto. O jogo que decidiu o título ficou reservado para a penúltima jornada no Dragão.

As equipas que a poucas jornadas do fim do campeonato dependem só delas ficam mesmo dependentes da conquista dos três pontos em cada jogo até ao términus da prova. Neste caso o Porto temporariamente descolou do Benfica, não que este lhe tirasse pontos no confronto direto, mas sim pelos empates com terceiros que o desalojaram do primeiro lugar.

Porém, a realidade é esta, o Benfica a três jornadas do fim tinha quatro pontos de avanço do campeão e quase tudo para continuar líder até ao fim. Contudo perdeu dois perante o Estoril e mesmo assim ainda ficou dependente de si próprio. O Porto, que até aí estava afastado e de certa forma pouco convicto de renovar o título, voltou a ter possibilidades.  

Sabendo como se sabe que a estrutura portista nos momentos determinantes não falha, a esperança azul e branca acentuou-se e a espectativa sobre o desfecho do campeonato dividiu-se. Os adeptos do Porto afirmavam que o seu clube do coração venceria o rival, enquanto os do Benfica diziam que iam ganhar à cidade invicta.

O jogo foi muito fraco. O Benfica até marcou primeiro, mas o Porto empatou. As águias na procura do empate optaram por defender e faziam-no bem. Mas convidar o Porto a atacar? Como os Dragões atacavam mal, tudo indiciava que o resultado fosse um empate. Porém já no tempo extra, a dois minutos do fim surgiu o “essencial” golo de Kelvin.

Ontem os adeptos do Benfica ao esgotarem o Estádio da Luz fizeram-no com o simultâneo intuito de homenagearem a equipa por ter ido à final da Liga Europa, onde realizou uma excelente exibição e na esperança de que o Paços de Ferreira lhes proporcionasse o campeonato.

Repete-se a história da época passada. O Porto voltou a recuperar e a superar o Benfica. Nos momentos decisivos os Dragões não facilitam. O mérito vai para o vencedor. Parabéns ao FC Porto. O Benfica só pode queixar-se de si próprio. Teve o pássaro na mão e mais uma vez o deixou voar.