Entre outros fundamentos, a psicologia desportiva assenta em colmatar as necessidades, entre elas, a afirmação da personalidade e da auto realização da equipa. O treinador que lidera esta área tem de ser também um ótimo psicólogo, o qual, para além dos planos e da estratégia, deve preparar os jogadores mentalmente. 
Quando escutei as palavras de Jesus, o qual disse «que a equipa já tinha mudado o chip e o que mais importante era a inteligência emocional», fiquei na dúvida. Não sei se foi influência do seu “mestre”- Manuel Sérgio- ou por outra razão qualquer. É de realçar este discurso inabitual, o qual me parece ser uma melhoria para Jesus dado que é uma área que todos os treinadores deveriam dominar.
Depois de uma penosa derrota, a qual poderá ter sido fatal em termos de título, o trabalho de Teoria da Inteligência Emocional para este jogo é fundamental. O treinador do Benfica deve focalizar-se só no adversário e na Liga Europa pois é essa prova que está em questão. O passado recente deve ser ignorado. 
Terá de dissertar e escalpelizar até à ínfima o talento dos jogadores, recordar individualmente a cada um, o que de melhor realizaram esta época e dizer-lhes: «Hoje tu, vais superar os teus melhores jogos. Tu representas um clube de alto nível internacional, tens de dignificar esta camisola. Em Amesterdão, o Benfica já fez história e hoje tu vais ajudar a reeditá-la».
Deve ter um discurso motivador, o qual transforme a ansiedade em estabilidade. De tal forma que leve os jogadores a responder. «Qual ansiedade? A ansiedade que nós temos é a de começar o jogo para expormos a nossa classe e a nossa a ambição de virmos a ser campeões». É este entusiasmo que transmite vontade, entrega, querer, perseverança, calma, serenidade, confiança, vontade e entrega, que levam os jogadores à exaltação.
Jesus tem ainda uma vasta área psicológica, a qual poderá explorar, ou seja recordar e galvanizar os seus pupilos do excelente jogo com o Chelsea para a Liga dos Campeões, realizado no ano passado em Stamford Bridge, onde os jogadores se transcenderam e realizaram uma extraordinária exibição, apesar de, aos 40 minutos, Maxi Pereira ter sido expulso, (quando se fala de Inteligência Emocional é preciso inteligência para que este e outros jogadores da equipa tenham controlo emocional). O Benfica, nesse jogo, foi uma equipa com um louvável pundonor, jogou mais e correu mais do que os ingleses.
Lá os futebólogos dizerem, não me admira, mas os treinadores portugueses ao entrarem nesta pieguice indesculpável de que as equipas, estão cansadas face à sobrecarga de jogos é que eu não esperava. Cansada porquê? Só se for por falta de programação de treinos adequados? Ou por uma má recuperação física? Mas nesta questão o Benfica parte em vantagem, dado que o Chelsea, nesta época já realizou mais 14 jogos do que as Águias. Mas uma final é uma final. São jogos decisivos nos quais as equipas levam e deixam tudo em campo.