Hoje tinha vários assuntos na agenda para escrever. Exemplos: os discursos patéticos dos treinadores, antes e no final dos jogos. Abordar as polémicas arbitragens desta jornada. A coincidência de alguns comentadores estarem em sintonia ou plagiarem as opiniões que aqui escrevo. Se as ciências humanas são determinantes nos técnicos. O aconselhamento que tenho desencadeado sobre a importância dos lances de bola parada. A urgente necessidade de implantar as novas tecnologias no futebol. A violência verbal e pasquinada dos paineleiros dos programas televisivos. A distância abismal do futebol do futuro com o que joga atualmente. O comportamento dos vários intérpretes que gravitam no núcleo e na periferia do futebol. E muitas outras questões que abordarei futuramente.

Vou falar dos jogos Guimarães-Benfica e do Estoril-Porto. O Benfica tem um grupo de bons jogadores, mas colectivamente está distante dos momentos áureos de 2012-13. Jesus tarda em concretizar o protótipo do seu modelo preferido, que encantou plateias no passado.

Em Guimarães observamos 11 jogadores perdidos em becos sem saída, que poucas vezes encontraram o caminho para a baliza de Douglas. Jesus, no seu peculiar estilo, bem contesta para que os jogadores encontrem o rumo. Mas isso só de conversa, não chega, é preciso passar a mensagem tática. Falta à equipa encarnada o GPS estratégico para encontrar as balizas. A (des) continuidade ofensiva apesar da qualidade individual raramente combina coletivamente.

O futebol não é uma lógica demonstrativa, não se mede por comparação. Se assim fosse o Estoril teria vencido facilmente o Porto, que teve imensa dificuldade em bater o Áustria de Viena, que perdeu a Taça da Áustria com a equipa que o Estoril afastou facilmente da Liga Europa. Diz-se que cada jogo é um jogo. E é. Mas a este juntou-se a carga supersticiosa que abalou em parte a confiança dos Dragões.

O Porto não é a equipa compacta que era nos anos anteriores. Tenta manter o registo defensivo desde o tempo de Mourinho. Os sucessores treinadores não alteraram nada. Primeiro defender e depois da recuperação de bola, sair em velocidade pelas alas, ou servir as solicitações das inteligentes movimentações de Jackson para marcar. Contudo, neste momento defende pior que nas épocas anteriores. Porque o meio campo não pressiona, só Fernando a defender é insuficiente. Defour não está em forma e Lucho é o luxo dos Dragões, está em campo para espalhar o seu futebol encantador e não para defender!

À quinta jornada nada está decidido. Já passaram três meses, o que é tempo mais do que suficiente para estruturar as equipas e colocá-las a praticar o futebol compatível com os valores individuais. Por enquanto isso não se descortina, mas é urgente que as equipas mostrem uma identidade, uma cultura de qualidade futebolista que atraia e satisfaça as multidões. Têm a palavra os técnicos. A irregularidade e a descontinuidade de bons espetáculos é o maior inimigo dos treinadores!

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