O jogo Brasil-Japão mostrou que as duas seleções já apuradas para o Mundial do Brasil 2014 têm de trabalhar e melhorar muito até ao arranque da competição. O Japão, coletivamente, foi uma tristeza. Defendeu mal e as ações atacantes raramente preocuparam a defesa brasileira. A defesa, na maioria das vezes, aliviava de pontapé para a frente, o meio campo, a jogar sem a pressão dos opositores dos tricolores, alternava entre falhar passes e fazer uma inútil circulação de bola e a finalização acabava indefinida tal como os livros do seu compatriota: Haruki Murakami.
O Brasil tem um grande potencial de jogadores, ninguém duvida disso. No entanto, o embaraço de Scolari está na escolha e na dificuldade de criar uma filosofia de jogo adequada aos jogadores escolhidos. Ontem, coletivamente a canarinha deixou muito a desejar. O Brasil se continuar a jogar como ontem terá dificuldades em vencer a Taça das Confederações.
O Brasil precisa aperfeiçoar o seu jogo. Scolari não é um treinador que coloque as equipas a praticar um futebol de “encher o olho”, mas terá de idealizar um modelo de jogo compatível com a técnica dos jogadores brasileiros e aproveitar a simbiose entre o a capacidade individual e o coletivo.
Felipão já leva oito jogos à frente da seleção e esta foi a sua terceira vitória desde que regressou ao comando técnico da canarinha. É claro que o Brasil precisa de competir e de realizar jogos para os jogadores se entenderem melhor, mas também precisa de assimilar os planos e as estratégias do treinador. Aliás, uma equipa, para além de ter bons jogadores e o Brasil tem-nos, precisa da sagacidade tática do seu técnico.
O jogo frente a um Japão dececionante e sem o mínimo de organização valeu pela criatividade dos jogadores brasileiros e pelos golos. O de Neymar foi espetacular e poderá ser o golo da prova. A habilidade do novo craque do Barcelona, só peca por ser esporádica e deveria ser mais contínua. Hulk no passa-desmarca e recebe, continua um rompedor imparável. Óscar é um médio com ideias, o passe para o terceiro golo é de mestre. Paulinho faz corretamente o binómio defesa-ataque. Os laterais são do melhor. Só falta o “fio de jogo”.
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