Nunca na história do Sporting um treinador criou uma empatia tão forte com os sócios e adeptos como Sá Pinto. Existiu uma altura, (o período da eliminação do Manchester City), onde tudo indiciava um casamento perfeito. Porém a relação esfriou no final da época após o desgosto da inesperada perda da Taça de Portugal. Esta derrota antecedida pelo afastamento da final da Taça da Liga Europa dividiu a intimidade.
As férias são um período de reflexão, de análise, e a Direção apadrinhou e reforçou a compreensão e o entendimento ao oferecer várias prendas para enriquecer, e até encantar, o entendimento entre os dois cônjuges. A paixão ultrapassa por vezes a realidade e a grande parte que ama e adora Sá Pinto acredita nas suas capacidades. Contudo, a confusão deste ano futebolístico tem sido fértil em discussões contraditórias, e inconclusivas, entre o treinador e a família leonina.
As notícias na comunicação social criaram cenários ficcionais perante o que se viu no final do jogo com o Gil-Vicente. A união coesa entre o técnico e o grupo de trabalho desmentiu a versão de que o treinador tinha problemas com os jogadores. As respostas de que “estava por um fio” ou “encostado às cordas” não foram desmentidas, como se exigia, pelos responsáveis do clube. Penso que até foi bom para o “coração de leão” que a direção não viesse à praça pública dar o seu apoio. Quando isso acontece o treinador costuma ser despedido.
A vida de treinador não é nada fácil, a sua continuidade à frente das equipas está cada vez mais sujeita aos resultados e às exibições. O Futebol é um jogo que gera paixões e sentimentos simultâneos. Ontem os quase 36.000 espetadores presentes em Alvalade estavam com Sá Pinto e sobretudo com a equipa. Mesmo com o Sporting a perder incentivaram-na durante todo o jogo. No final depois de tomarem o antidepressivo, felizes desabafavam: isto é que é sofrer, mas mesmo sem jogarmos bem, ganhamos, tivemos garra…
Sá Pinto fez um bom trabalho nos juniores. Para lhe dar continuidade tem de conseguir melhores resultado e boas exibições pois, neste início, o futebol apresentado tarda em convencer. Também tem de alterar o discurso. Dizer normalmente o contrário do que aconteceu? Afirmar que o Sporting tem sido sempre superior? É dispensável. Um candidato é, ou deveria naturalmente ser, superior a equipas tão fraquinhas.
Todavia, mesmo compreendendo a ansiedade, o nervosismo, e a alegria de transformar a derrota em três pontos nos minutos finais, o festejar exageradamente a vitória frente ao débil Gil Vicente não valoriza. É até preocupante por dever ser normal. A exaltação da equipa técnica e dos jogadores foi excessiva. Com aquela felicidade de vencer mais parecia que o Sporting tinha ganho a Liga dos Campeões.
Já disse no primeiro parágrafo que Sá Pinto e os seus admiradores têm uma relação muito forte. Sá Pinto tem quase tudo para brilhar e fazer um bom trabalho. Tem os jogadores com ele. Tem o apoio das claques e de grande parte dos associados. Tem alma e transmite-a à equipa. Ontem afirmou “jogámos com Alma leonina”. A motivação é latente, agora para ser totalmente idolatrado só falta a Sá Pinto colocar a equipa a jogar futebol de nível!
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