16 de novembro de 2003 foi um dia marcante para o universo do FC Porto. Há exatamente 20 anos, o clube da Invicta inaugurou o Estádio do Dragão, um ano antes do arranque do Euro 2004, realizado em Portugal.

Com um custo global de 125 milhões de euros, a obra do arquiteto Manuel Salgado tornou-se um palco de conquistas e momentos marcantes. A começar pelo dia da inauguração, que assinalou a estreia de Lionel Messi, então com 16 anos, com a camisola do Barcelona, no particular que o FC Porto, na altura orientado por José Mourinho, venceu por 2-0 - golos de Derlei e Hugo Almeida. E quem não se lembra da goleada por 5-0 aplicada ao Benfica ou do momento em que Jorge Jesus se ajoelhou no relvado do Dragão, a 11 de maio de 2013, na sequência do golo de Kelvin apontado ao minuto 90+2, do clássico com as águias, que confirmaria, um jogo depois, o título do FC Porto?

No entanto, o Dragão também apadrinhou uma estreia de má memória para os portugueses. A 12 de junho de 2004, a Seleção Nacional abriu o campeonato da Europa de 2004 com uma derrota por 2-1 frente à Grécia. Portugal viria a chegar à final, mas perderia no confronto decisivo precisamente para a formação helénica.

Desde que foi inaugurada, a nova casa dos dragões já recebeu 15,6 milhões de pessoas em 478 jogos (oficiais), tendo testemunhado várias celebrações de títulos (nacionais e internacionais) e outros eventos tais como o já referido Euro 2004, a 'final four' da primeira edição da Liga das Nações, em 2018/19, e a final Liga dos Campeões de 2020/21, ganha pelo Chelsea. É, por isso, o estádio mais titulado em Portugal.

FC Porto - Benfica: o golo de Kelvin aos 92 minutos
FC Porto - Benfica: o golo de Kelvin aos 92 minutos FC Porto - Benfica: o golo de Kelvin aos 92 minutos

A maior assistência verificou-se na receção ao Deportivo, em 2003/04, para as meias-finais da Liga dos Campeões (50.818 espectadores); a maior goleada aconteceu frente ao Nacional (7-0 em 2017), enquanto a derrota mais avolumada foi na época transata - 5-0 com o Liverpool, para a Champions. Jackson Martínez foi o melhor marcador a pisar o relvado do Dragão (49 golos) e Helton o jogador com mais jogos realizados naquele palco (156).

Como obra arquitetónica, o Dragão é reconhecido como um dos estádios mais belos a nível mundial. Ostenta a classificação de cinco estrelas da FIFA e distingue-se em áreas como a ecologia - prémio Greenlight para melhor projeto europeu da Agência para a Energia da Comissão Europeia em 2003 -, a reciclagem - Certificação 100R da Sociedade Ponto Verde, que garante 100% de tratamento de resíduos em 2009 - e até a siderurgia - prémio para melhor projeto europeu da European Convention for Construction Steelwork de 2003. Foi também o primeiro estádio europeu a receber a Certificação Integrada de Qualidade e Ambiente.

Ao longo de duas décadas de existência, o Dragão não foi só feito de futebol. Concertos memoráveis de bandas como The Rolling Stones ou Muse, eventos de animação e até corridas de automóveis já passaram pelo relvado do recinto.