É a resposta de André Villas-Boas depois da enxurrada de críticas de que foi alvo por parte de Pinto da Costa.

Em entrevista à SIC, o atual líder portista deixou no ar a possibilidade da candidatura de Villas-Boas esconder segundas intenções relativamente a um suposto interesse nos direitos televisivos.

Em Ponta Delgada, nos Açores, O antigo técnico do FC Porto não entende a suspeita e acusa Pinto da Costa de "alguma desatualização".

"Os direitos televisivos serão centralizados a partir de 2028 e, se calhar, o presidente Pinto da Costa ainda não se apercebeu disso. Portanto, a centralização entra em vigor a partir de 2028, faltará decidir a chave de repartição, que é um momento importante onde todos os clubes devem discutir relativamente ao futuro. E penso que há aí alguma desatualização de informação relativamente a isso. De todas as formas, é mais uma declaração infeliz e que não corresponde à verdade."

Questionado sobre se estaria em rota de colisão com Pinto da Costa, Villas-Boas justifica a postura do presidente portista com o impacto da sua candidatura.

"Não, eu tenho é uma candidatura muito forte e uma candidatura muito forte naturalmente causa incómodo aos poderes instalados e aos interesses alheios ao FC Porto (...) Tenho construído esta candidatura de uma forma sólida e criteriosa nos últimos dois anos. Portanto, tenho sentido o apoio dos adeptos portistas cada vez mais forte, uma vontade de mudança cada vez mais forte. O FC Porto não pode continuar a ser o quintal que é para algumas pessoas. Isso, no fundo, traduziu-se nos últimos anos da gestão de Pinto da Costa.”

Em causa, insiste Villas-Boas, está a má gestão de que o FC Porto tem sido vítima.

"Má gestão, erros e refém de interesses alheios. Portanto, é esse FC Porto com o qual nenhum associado se identifica e é por isso que esta candidatura é realmente forte, porque os associados têm que ser tratados com respeito e não com indiferença e, no fundo, estão a começar a ditar essa mudança. E como estão a ditar essa mudança, naturalmente, custa a um presidente com o qual temos muito carinho e que estamos gratos, mas que obriga a uma mudança tendo em conta o que tem vindo a acontecer."

O antigo treinador do FC Porto, agora candidato às eleições a presidente do clube azul e branco, lamentou ainda a relação que Pinto da Costa estabeleceu entre a sua candidatura e os supostos erros de arbitragem.

"Eu não vi a entrevista porque estive aqui com os associados do FC Porto relativamente ao futuro. O FC Porto pela primeira vez está em debate, a discussão e a presença deles foi fundamental. Hoje foi um dia de partilha, partilha das suas preocupações, da construção de um FC Porto melhor e acho que foi por isso que tivemos aqui a casa cheia a debater o futuro do FC Porto e não a ver uma entrevista onde só se fala o que passado (...) Acho que não faz sentido para nenhum sócio do FC Porto. Mas os sócios do FC Porto terão a melhor palavra a dizer e dirão seguramente no dia 27 de abril", atirou.