A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) mandou suspender a obra da Academia do FC Porto na Maia. A notícia foi avançada esta noite pelo diário desportivo Record, na sua edição online.
Diz aquele jornal que a decisão foi tomada no dia 28 de março, um dia depois da apresentação da obra, no Estádio do Dragão, com as presenças dos arquitetos Manuel Salgado e Nuno Lourenço.
Escreve ainda o Record, citando a Polícia Municipal, que ainda não há autorização para o início das obras, apesar de as máquinas já se encontrarem no encontram no local.
A notícia do Record levou o FC Porto a deixar um esclarecimento sobre as obras, numa nota publicada no seu site oficial. Dizem os dragões que "arrancaram os trabalhos de desmatação, sem qualquer movimentação de terras", um trabalho feito "no âmbito do Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos (PATA)".
Comunicado do FC Porto
"Na sequência de uma notícia publicada esta sexta-feira sobre as obras da futura Academia do FC Porto na Maia, o FC Porto esclarece:
1. O FC Porto e a ABB arrancaram os trabalhos de desmatação, sem qualquer movimentação de terras, como de resto se pode constatar no auto da Polícia Municipal.
2. A desmatação é uma condição essencial para, no âmbito do Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos (PATA), se avançar para os trabalhos arqueológicos e se cumprir todas as recomendações da Câmara Municipal da Maia e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
3. O FC Porto e os autores do projeto da Academia do FC Porto estão empenhados no cumprimento de todas as medidas de proteção do património arqueológico.
4. Procuram, por isso, salvaguardar desde já todas as condições para que o projeto de arquitetura da Academia do FC Porto cumpra todos os requisitos de todas as entidades externas necessárias para a sua aprovação.
5. No âmbito do PATA, a seu tempo o FC Porto dará conta da excelência da equipa de arqueólogos escolhidos para executar estes trabalhos."
Em 25 de março, a Assembleia Municipal maiata ratificou a alienação pelo valor base de 3,36 milhões de euros (ME) de 18 parcelas incluídas no projeto do Parque Metropolitano da Maia, decisão que fora aprovada por maioria pelo executivo local uma semana antes.
Esse espaço tem 140.625 metros quadrados e é desejado pelo FC Porto para erguer a academia, tendo a hasta pública sido difundida em Diário da República em 26 de março, data a partir da qual foi lançado um período de 20 dias para a apresentação de ofertas.
A academia está a cargo do arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do pavilhão Dragão Arena, ambos no Porto, e envolve quase 23 hectares, dos quais 9,3 pertencem à empresa ABB, junto da qual o clube adjudicou um movimento de terraplanagem, por 6,89 ME, tendo o custo total da empreitada sido estimado em 40 ME.
Além da Casa do Dragão e de um centro de formação, o projeto engloba um mini-estádio para acolher partidas da II Liga e dos escalões de formação, com cerca de 2.000 lugares cobertos, mais nove campos relvados de dimensões oficiais e um para o futebol de sete.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato consecutivo, que lhe atribui o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
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