O advogado de Rui Pinto admitiu hoje ser “previsível que possa haver alguma condenação” para o seu cliente, depois de o tribunal ter adiado a leitura do acórdão devido a uma alteração não substancial dos factos.

Em declarações aos jornalistas à saída do tribunal, Francisco Teixeira da Mota vincou não ser possível “deduzir nada” neste momento das alterações comunicadas pela juíza-presidente Margarida Alves, sublinhando que o documento do tribunal sobre os factos que mudaram em relação à acusação do Ministério Público (MP) no processo Football Leaks representa “uma questão técnica complexa”.

“Na altura, ficou claro, não andamos aqui a brincar. Somos pessoas com responsabilidade, a defesa de um arguido é feita segundo regras de inteligência, seriedade e lealdade. É previsível que possa haver alguma condenação”, afirmou o advogado, que recusou comentar a eventual aplicação de pena suspensa: “Isso aí já não me vou pronunciar, só li por alto e, daquilo que li, não posso retirar qualquer conclusão. A única conclusão que retirei foi que tenho de ler com atenção, estudar e ver se vamos requerer alguma coisa ou não”.

Francisco Teixeira da Mota realçou ainda que as defesas dos arguidos dispõem agora de 10 dias para se pronunciarem sobre as alterações, sem deixar de observar que estas se verificam “a vários níveis” do processo e escusando-se a alongar em comentários sobre o estado de espírito do seu cliente nesta reta final do julgamento.

Na sessão no Juízo Central Criminal de Lisboa definida para a leitura do acórdão do julgamento, que começou há cerca de dois anos e meio, a juíza-presidente Margarida Alves confirmou o que já tinha deixado implícito no encerramento das alegações finais e reportou a alteração não substancial dos factos. O coletivo de juízes designou o dia 26 de maio para eventual produção de prova e a leitura do acórdão para 13 de julho, às 14:00.

Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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