Pierluigi Collina, diz-lhe alguma coisa? Se é amante de futebol, pelo menos desde a década de 90, certamente recordar-se-á do olhar intenso do árbitro italiano que punha qualquer jogador em sentido. Aos 64 anos, o italiano é o presidente do comité de arbitragem da FIFA, mas já está com saudades de arbitrar.

“Posso dizer que sou privilegiado, trabalho naquilo que é a minha paixão: lidar com árbitros. Tenho saudades de arbitrar e fico surpreendido de agora haver crianças que me conhecem sem nunca me terem visto a arbitrar. Eu tirei um curso de árbitro só para tentar. Senti-me aceite, tudo correu suavemente, mas os meus amigos não percebiam o que me levava a viajar por toda a Itália para arbitrar. Quando tens 20 e tal anos, normalmente só pensas em divertir-te", afirmou, à margem do Festival de Trento.

O antigo árbitro sofre de alopecia, uma doença que descobriu quando ainda era muito novo. “Eu tinha 25 anos e, naqueles dias, quando entrava em algum lado, toda a gente virava a cabeça. Era algo estranho, mesmo para os árbitros. Eles fizeram-me um teste, enviaram-me para apitar um jogo em Latina só para verem o que acontecia, mas ninguém queria saber de um árbitro sem cabelo”, revelou.

Para Collina, Ronaldo Nazário é o jogador mais divertido de apitar e o transalpino contou ainda como é ajuizar um jogo grande, algo que fez regularmente na sua carreira.

“Para os árbitros, é uma descarga de adrenalina, podemos arriscar-nos se cometermos um erro, mas não há nada mais bonito do que arbitrar um grande jogo. Se construíres credibilidade, até te perdoam alguns erros”, concluiu.