
Diogo Costa, Vitinha e João Félix são alguns dos 12 futebolistas que chegaram à seleção principal depois de disputarem o torneio formativo Lopes da Silva entre 2012 e 2019, segundo um estudo da Portugal Football School divulgado.
Criada em 1974, a competição adotou a designação atual desde 1995, em homenagem a António Lopes da Silva, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de 1992 a 1993, e reúne todos os anos os melhores atletas das 22 associações distritais e regionais do país no escalão de sub-14, servindo de antecâmara para as seleções jovens nacionais.
Nos ‘eleitos’ da equipa principal das ‘quinas’ já surgiram Diogo Costa, João Mário, Tomás Araújo, António Silva, Diogo Leite, Nuno Tavares, Gedson Fernandes, Vitinha, João Félix, Pedro Neto, Pedro Gonçalves e Fábio Silva, apresentando uma média de oito anos e seis meses entre a sua participação na prova interassociações e a primeira convocatória ‘AA’.
O estudo da Portugal Football School, unidade de investigação e formação da FPF, indica que 13% (537) dos que atuaram no Lopes da Silva de 2012 a 2019 foram chamados aos sub-15 - a larga maioria (93%) fê-lo logo na época seguinte à da sua participação -, sendo que 10% (273) passaram, pelo menos, por um patamar acima, entre os sub-16 e os ‘AA’.
De 2012 a 2019, os sub-16 receberam um máximo de 189 atletas, 166 chegaram aos sub-17, 147 passaram pelos sub-18, os sub-19 e os sub-20 tiveram 110 cada e os sub-21 43.
A edição de 2019 contemplou um recorde de 49 futebolistas que viriam a ser chamados a representar Portugal num escalão superior aos sub-15, à frente dos 46 de 2016, com 73 (27%) a atingirem o seu patamar mais alto nos sub-20, longe dos 12 internacionais ‘AA’.
Na amostra de 1.428 jogadores que disputaram o torneio Lopes da Silva em 2012, 2013, 2014, 2016 e 2017, estão 64 (4,5%) que competiram na I Liga, 105 (7%) na II Liga, e 14 com, pelo menos, uma partida nas Ligas alemã, espanhola, francesa, inglesa ou italiana.
O estudo frisa que a probabilidade de um atleta se manter federado é consideravelmente superior quando comparada com valores de referência para as mesmas idades, dando como exemplo que 93% (1.097) dos 1.183 presentes nas edições de 2012, 2013 e 2014 ainda se mantinham nessa condição três anos depois da sua última participação - esse valor diminuiu para 72% (852) e 41% (481) ao fim de cinco e 10 épocas, respetivamente.
Ao todo, a Portugal Football School identificou e analisou o percurso de 4.112 jogadores com passagem pelo torneio Lopes da Silva entre 2012 e 2024, numa prova que não se realizou em 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19, e mudou de formato em 2022, passando a ter um número fixo de 440 participantes, 20 dos quais por cada associação.
Se apenas 1,7% dos atletas somaram mais do que uma presença, estiveram 442 clubes representados nas 11 edições do período global em estudo, numa média anual de 156.
A associação de Santarém liderou em clubes com convocados (30), seguida dos 27 de Aveiro, Coimbra e Leiria e longe dos 12 de Castelo Branco e Lisboa e dos 11 da Horta.
Identificaram-se 813 emblemas em que os jogadores fizeram a sua primeira inscrição, o que significa que a sua distribuição pelos clubes entre esse registo inicial e o escalão de sub-14 diminuiu em praticamente 46%, numa tendência mais notória em Lisboa (75%) e Porto (68%), que têm ainda a menor taxa de clubes filiados no torneio (3% para ambos).
Nos últimos 12 anos, 14 associações foram anfitriãs e nenhuma revalidou esse estatuto, com Lisboa a acentuar o recorde de conquistas (15) em 2012, 2013, 2016, 2018, 2019 e 2024, por entre as vitórias de Porto (2014, 2015 e 2017) Braga (2022) e Madeira (2023).
O formato introduzido há três anos, com duas fases a anteceder as finais, estabilizou os níveis de competitividade, fruto da ligeira diminuição na diferença média de golos por jogo (de 2,4 nas 56 partidas em 2019 para 2,2 nas 66 em 2024) e do decrescente número de encontros desnivelados com cinco ou mais tentos (de 16% em 2019 para 11% em 2024).
A média de golos por jogo subiu de 1,9 para 2,9 nas 11 edições analisadas, sendo que, à exceção de 2015 (62%), houve sempre 70% ou mais de encontros com dois ou menos tentos de diferença entre as equipas envolvidas, valor incrementado para 90% nas finais.
Nesse período, o torneio Lopes da Silva atraiu 235 árbitros, dos quais 92% pertenciam à categoria nacional na temporada da sua participação e 17% (41) compareceram em mais do que uma edição, por entre a introdução do sistema de videoárbitro (VAR) desde 2022.
Dos ‘juízes’ presentes entre 2012 e 2019, 15% (22) alcançaram a primeira categoria até à última época, sendo que, em 2024/25, há 13 árbitros principais C1 com passado na prova interassociações, englobando os internacionais António Nobre, Cláudio Pereira, Gustavo Correia e Luís Godinho, e cinco assistentes AAC1 - quatro aportam as insígnias da FIFA.
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