O treinador de futebol Armando Evangelista justificou hoje a saída do Arouca pela necessidade de sair da "zona de conforto", após ter conquistado o quinto lugar na I Liga, tendo igualado a melhor classificação na história do clube.
À margem do 17.º Congresso Internacional de Futebol da Universidade da Maia, no qual foi palestrante, o técnico que assumiu os arouquenses ainda no segundo escalão, em 2020, sublinhou que a tarefa a que se propôs foi concluída com sucesso, pelo que necessitava de um novo desafio para a sua carreira.
"Quando perspetivávamos este 'casamento' de três anos, pensávamos na estabilização do clube na I Liga. Eu acho que isso foi conseguido de tal forma que o Arouca passou a ser uma zona de conforto. Era importante, enquanto profissional desta área, sair da minha zona de conforto e procurar novos desafios, até para poder crescer a nível pessoal", explicou.
No decorrer da sua intervenção no congresso, foi revelado que a presença do treinador na Universidade da Maia chegou a estar em dúvida devido a "compromissos para resolver a sua vida profissional" e o técnico não escondeu a necessidade de delinear o futuro, que não descarta poder passar por Portugal, numa altura em que afirma não ter nada definido.
"Têm existido abordagens, reuniões, mas nada definido quanto ao meu futuro. Terá de ser algo desafiador para poder crescer, tem de ser certo para mim. [...] [Se será em Portugal] depende daquilo que me apresentarem, do que vem surgindo, pode ser dentro ou fora", disse.
Evangelista aproveitou para fazer um balanço da temporada, que culminou num histórico apuramento dos 'lobos' para a terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, com 54 pontos, que igualaram o melhor registo pontual do emblema na I Liga, em 2015/2016, algo que, porém, não surpreendeu o técnico.
"Acho que a época excedeu as expectativas de toda a gente. O Arouca começou a época como uma das equipas que provavelmente iria lutar pela manutenção e acabámos numa competição europeia, mas, no fundo, não me surpreendeu. Não me surpreendeu a mim, à minha equipa técnica, porque o somatório destes anos à frente da equipa dava-nos este sentimento de que poderíamos fazer algo diferente. Pelo conhecimento dos jogadores e pelos ajustes que fomos fazendo", sentenciou.
Para o treinador, a chave para o sucesso, como várias vezes referiu ao longo da temporada, esteve na capacidade de toda a estrutura do clube em lidar com os momentos negativos, tendo mantido uma visão independente aos resultados.
"É importante, quando as coisas correm bem, ter a noção que aquilo que nos deu esse resultado foi o trabalho desenvolvido e não descurar isso mesmo. [...] Nem sempre se pode ganhar e tivemos a capacidade de saber lidar com a frustração, quando isso acontece. Isso foi bem conseguido, em termos de clube, jogadores, direção, equipa técnica, estivemos todos muito bem alinhados nesse sentido", concluiu.
O 17.º Congresso Internacional de Futebol da Universidade da Maia, que homenageou o professor catedrático José Neto, formador de treinadores e observador nas equipas técnicas de José Maria Pedroto e Artur Jorge no FC Porto, começou n segunda-feira e findou hoje.
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