A Associação Portuguesa de Árbitros Futebol (APAF) manifestou esta terça-feira a sua incompreensão pela exclusão do desporto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), referindo que a arbitragem está a “sofrer muito” na sua base.

“Vários são os motivos que devem levar todo o movimento desportivo a exigir a inclusão no referido apoio, seja pela promoção da atividade física, como garante do bem-estar físico e psicológico, seja pelo papel do desporto na educação, como na luta contra a desigualdade social, mas, essencialmente, por tudo aquilo que o desporto no geral e o futebol em particular perdeu com a atual situação pandémica”, refere a APAF em comunicado.

Segundo a associação, as consequências da pandemia de covid-19 são “incalculáveis” e será uma “grande irresponsabilidade” não tentar minimizar os danos causados.

“A arbitragem está a sofrer imenso na sua base, é também aqui necessário um trabalho e apoio adicional, de forma a revitalizar e não perder um trabalho de décadas”, salienta.

A APAF quer que o Governo “reflita” sobre a sua decisão e olhe para o “futebol e para o desporto em geral com a grandeza” que o mesmo representa para a sociedade.

O PRR de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.

O documento tem sido criticado pelas estruturas desportivas nacionais, nomeadamente Comité Olímpico de Portugal (COP), Confederação do Desporto de Portugal (CDP), Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e Associações Distritais e Regionais de Futebol (ADR), por excluir recomendações de Bruxelas e objetivos da Estratégia Portugal 2030, nos domínios da atividade física e desportiva das populações.

Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro passado e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou na terça-feira a versão preliminar e resumida do PRR em consulta pública, no qual estipula “19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos”.

O executivo justifica que, “com base no diagnóstico de necessidades e dos desafios”, foram definidas três “dimensões estruturantes” de aposta - a da resiliência, da transição climática e da transição digital -, às quais serão alocados 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise.

Previsto está que a maior fatia (61%) das verbas do PRR se destine à área da resiliência, num total de 8,5 mil milhões de euros em subvenções e de 2,4 mil milhões de euros em empréstimos.