A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) manifestou hoje repúdio pela “linguagem utilizada” nas críticas aos árbitros, esperando que a mesma seja “banida, de uma vez por todas,” pelos órgãos disciplinares competentes.
“É inaceitável que a honra e o bom-nome de árbitros sejam constantemente postos em causa, contribuindo para um clima de descredibilização permanente, que apenas retira valor às competições desportivas e afasta cada vez mais adeptos do futebol, fazendo aumentar a tensão e a violência, quer verbal quer física, por toda a sociedade”, refere o comunicado da APAF.
O organismo lamenta o “ambiente” que se vive no futebol português, no qual, considera, impera “total irresponsabilidade e egoísmo, de pessoas que gritam quando se sentem prejudicadas e se calam quando são beneficiadas”, o que leva a crer que “poucos estão realmente preocupados em contribuir para uma melhoria efetiva de toda a indústria”.
A APAF revela que “já encaminhou para o Conselho de Disciplina as declarações proferidas após os jogos do fim de semana”, além de ter remetido “queixas para outros órgãos judiciais e associativos no sentido de apurar responsabilidades”.
“Apelamos aos órgãos disciplinares uma resposta célere e veemente no sentido de banir, de uma vez por todas, este tipo de discursos no futebol em Portugal, repetidos semana após semana, mudando apenas os protagonistas”, conclui o comunicado.
Esta reação da APAF surge dois dias depois de o presidente do Sporting, Frederico Varandas, ter criticado a arbitragem do encontro em Famalicão (2-2), para o campeonato, afirmando que o golo anulado ao uruguaio Sebastián Coates, nos descontos, “jamais aconteceria” com Benfica ou FC Porto.
"O VAR [videoárbitro] teve influência num momento capital. Este lance final do golo ao Coates, com um dos rivais, Benfica ou FC Porto, nunca seria anulado. Nunca seria. O golo é limpo. No futebol existem erros. O que me preocupa é a natureza e a forma como é visto o VAR, curiosamente nos jogos em que perdemos pontos. Depois, vai-se ao VAR tentar encontrar alguma coisa que justifique poder anular o golo. Se for preciso, põe-se uma câmara microscópica, com uma ampliação de 64 vezes, para ver que há um toque no braço e há razão para anular... Este golo jamais seria anulado aos nossos rivais", disse no sábado, após o jogo.
Sem se deter, Frederico Varandas intensificou as críticas: “Já falei com o presidente do Conselho de Arbitragem, que partilha da opinião de que [o VAR] é para lances gritantes, clamorosos. O árbitro valida o golo, o golo é limpo, e depois chega o VAR e 'como é que vamos anular este golo?', e conseguem de forma microscópica. A diferença sabem qual é? São quatro pontos de avanço, começam a tremer. Quanto mais fazem isto mais força dão ao grupo, isso vos garanto."
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