Olhando para o placar final apenas uma conclusão é possível: o resultado é justo e apesar de o tento do empate do Marselha surgir tardiamente, a equipa de Lucho podia ter-se colocado em vantagem muito antes.
Os golos surgiram já na parte final do jogo, mas a história começa a construir-se desde a primeira parte. Recuando para os primeiros 45 minutos, até foi o Benfica a começar melhor, com David Luiz a dispor do primeiro remate, depois uma das suas já habituais arrancadas.
Mas depressa o Marselha colocou o Benfica em sentido. Apertando os sectores, os franceses encurtaram os espaços disponíveis para jogar e o Benfica ressentiu-se. Mais nervoso e sem poder explanar o seu futebol, o Benfica passou pela pior fase no jogo e foi um homem já conhecido a comandar o ataque à baliza de Júlio César:
Lucho González mostrou credenciais e voltou a mostrar o porquê de ser um dos melhores estrangeiros que já passou pelo futebol português.
E foi precisamente ‘El Comandante’ que desperdiçou a primeira oportunidade dos gauleses. Ao aparecer isolado frente ao guardião encarnado, o argentino deslumbrou-se e atirou ao lado.
O mesmo destino teve um lance finalizado por Brandão, que pressionado por Maxi Pereira não correspondeu da melhor maneira a um passe magistral de Lucho.
O Benfica continuava amarrado pela teia marselhesa e não conseguia fazer as transições atacantes rápidas que já são imagem demarca da equipa de Jesus.
E haveria de ser Saviola a dar o mote: com uma finta, tirou dois adversários do caminho e pôs Aimar na cara de Mandanda. O argentino foi surpreendido por um corte gigante de Diawara, mas o Benfica haveria de voltar a repetir a ‘graça’.
Alguns minutos volvidos e Di Maria, até aí discreto e submerso pela excelente exibição do lateral direito do Marselha, Bonnart, cruzou milimetricamente para Cardozo, mas este aplicou a sua pior arma: o pé direito, que enviou a bola para a bancada.
Era a melhor fase do Benfica na primeira parte e Aimar voltou a estar ‘sozinho’ com Mandanda. Desta vez teve direito a rematar mas saiu tão fraco que chegou a parecer displicente naquela que foi a oportunidade mais flagrante dos encarnados nos primeiros 45 minutos.
Até ao final do primeiro tempo, Di Maria e Cardozo ainda rasaram os postes e Lucho Gonzalez voltou a desperdiçar. Batem as saudades ao ver a classe do argentino que comandou a equipa do FC Porto.
O Benfica terminava melhor e esperava-se uma entrada “à Benfica” no segundo tempo… Puro engano: entrou apático, sem ritmo e jogava verdadeiramente mal. O relvado da Luz era dominado pelos franceses que punham e dispunham dos ritmos de jogo.
O Benfica parecia estranhamente abatido, mas tal como na primeira parte haveria de reagir, já depois de Júlio César com uma defesa a dois tempos ter tirado uma bola de Niang em cima da linha.
E foi o último sinal de domínio do Marselha. O Benfica despertou e começou a encostar o Marselha à sua área, com Di Maria e Saviola entre os mais esclaerecidos na hora de decidir no ataque.
E se há 20 anos a mão de Vata decidiu, desta feita foram as duas de Mandanda que comprometeram a equipa orientada por Deschamps. Depois do cruzamento de Di Maria, o internacional francês largou e Maxi Pereira não se fez rogado.
O Benfica crescia e poucos minutos depois Ramires dispôs de mais uma excelente oportunidade e atirou com estrondo à barra.
O Benfica parecia ter resolvido uma questão que se anunciava complicada, mas um balde de água fria gelou a Luz: Ben Arfa respondeu da melhor maneira a um cruzamento pingado e fez o 1-1.
Poucos segundos depois o árbitro dava por terminado o jogo e o Marselha leva da Luz um empate merecido, mas que por ter sido arrancado já perto do fim tem saber a vitória e dá vantagem aos franceses na eliminatória.
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