O ano de 2024 está a chegar ao fim e olhando para trás o futebol internacional trouxe-nos jogos memoráveis, repletos de grande momentos. Real Madrid, Atalanta, Olympiacos e Argentina foram os grandes campeões neste ano que agora termina, ao triunfarem na Liga dos Campeões, Liga Europa, Liga Conferência e Copa América, respetivamente.
Uns já são 'raposas velhas' nestas andanças e sabem bem o que é ganhar troféus, enquanto outros estrearam-se nestes moldes e impressionaram todos os amantes do desporto-rei espalhados pelo Mundo. Agora é hora de revisitar os seus percursos e o que fizeram de bom para se eternizarem na História do futebol.
- Balanço de 2024: Tudo sobre o ano que agora termina na nossa Revista do Ano -
Liga dos Campeões: A 15.ª orelhuda
Naquele que é um dos troféus mais cobiçados todos os anos, quem brilhou foi o eterno Real Madrid. Os 'merengues' conquistaram a 15.ª 'orelhuda' e deixaram Madrid em festa após uma grande final contra o Borussia Dortmund. Mas vamos começar pelo princípio.
A fase de grupos foi um autêntico passeio para os madrilenos, que tiveram em Bellingham, Vinícius Jr. e Rodrygo um trio temível, que ia acumulando vítimas à medida que os jogos passavam. O Grupo C onde também estavam incluídos Nápoles, SC Braga e Union Berlin nunca foi verdadeiramente complicado para a equipa de Carlo Ancelotti, que somou os 18 pontos possíveis para seguir em frente.
Apesar de os resultados não serem muito volumosos, o Real Madrid foi sempre a melhor equipa em todos os jogos e mesmo naqueles que teve de suar valeu-se da superior experiência na Champions para conseguir o pleno de vitórias.
Seguiu-se o Leipzig nos oitavos de final, que foi uma empreitada mais difícil de resolver do que seria esperado. No primeiro jogo Brahim Díaz resolveu a contenda (1-0), mas a segunda mão foi bem mais complicada, embora o empate (1-1) tenha chegado para seguir em direção à próxima fase.
Os 'quartos' proporcionaram-nos uma verdadeira final antecipada. O adversário foi o Manchester City, num duelo que foi resolvido nos detalhes e com direito a emoção até ao fim, dissipada nas grandes penalidades.
A primeira mão, em Madrid, acabou com um empate a três golos e um autêntico festival de futebol, que não teve um vencedor (justamente diga-se). Já no Etihad, disputaram-se 120 minutos de grande nível mas nem os golos de Rodrygo e De Bruyne ajudaram a resolver esta contenda, que só ficou decidida da marca dos 11 metros.
Chegando à meia-final, novo embate de titãs. O oponente foi o Bayern Munique, que via o campeonato a fugir por entre os dedos e tinha de se agarrar à Liga dos Campeões com unhas e dentes.
Em Munique assistiu-se a um empate algo sem sabor (2-2), mas o que estava para vir na segunda mão compensou a falta de entusiasmo da primeira. Alphonso Davies fez o primeiro golo da partida, aos 68 minutos, abrindo caminho a uma reviravolta história até à final.
Rodrygo empatou aos 88 minutos e Joselu fez o golo da vitória aos 90+1, deixando Madrid em apoteose e dando ao Real Madrid a hipótese de voltar a lutar pela conquista da Liga dos Campeões.
E foi em Wembley que tudo ficou decidido. Numa estranha final com o Dortmund, o Real Madrid teve muitas mais difculdades do que se esperaria, mas acabou por triunfar devido á sua experiência nestas andanças. O primeiro golo só surgiu aos 74 minutos, pelo inesperado Dani Carvajal, sendo que foi Vinícius Jr. a matar o jogo, numa fase em que os alemães procuravam desesperadamente o empate.
Festa rija pela noite dentro, a 15.ª Liga dos Campeões e mais um título para acrescentar a um já vasto palmarés, que torna os madrilenos os verdadeiros vencedores de 2024.
Liga Europa: Invencibilidade quebrada no último suspiro
Com o passar dos anos, a segunda competição da UEFA tem ganho cada vez mais destaque e proporcionado duelos cada vez mais interessantes.
A própria competição tem sido uma ferramenta útil para elevar o nível das equipas e, no ano passado, a Atalanta deu forma ao crescimento dos últimos anos ao conquistar o troféu, depois de se ter tornado a primeira equipa a bater o super Leverkusen em 2023/24.
Na fase de grupos os italianos calharam num grupo com Sporting, Sturm Graz e Rakow, terminando com uns conclusivos 14 pontos. Além das quatro vitórias, a equipa de Bérgamo deixou-se empatar num dos jogos com os leões e frente aos austríacos, o que ainda assim não apaga uma primeira fase soberba.
O primeiro lugar no Grupo D evitou a ida ao playoff, saltando de imediato para um duplo confronto com o Sporting, nos oitavos de final. E se no primeiro jogo, em Alvalade, se registou um empate a uma bola, a segunda mão foi bem diferente.
O génio dos avançados Scamacca e Lookman foi demasiado forte para os leões, que ficaram pelo caminho e não conseguiram bater a Atalanta em nenhuma das três partidas realizadas.
Mas foi na fase seguinte, os quartos de final, que a equipa italiana realmente começou a surpreender e a chamar a atenção do universo futebolístico. O adversário era o Liverpool e o esperado era que terminasse por aqui o sonho da Atalanta, mas não foi o que aconteceu.
Na primeira mão os italianos fizeram uma exibição a roçar a perfeição e derrotaram os 'reds' por 3-0. Scamacca brilhou com um bis e Pasalic fez o golo que teve uma importância brutal nas contas finais. Apesar do domínio britânico a equipa soube sofrer e ferir o adversário nos momentos certos. Até perdeu na segunda mão (1-0), mas avançou, de forma justa, para as meias-finais.
Nesta fase aconteceu o contrário do jogo contra o Liverpool. O adversário foi o Marselha, sendo que no primeiro jogo registou-se um empate a uma bola, que até poderia ter caído para os franceses. Em Itália, a tendência inverteu e os transalpinos venceram por 3-0, graças aos golos de Lookman, Ruggeri e Bilal Touré, avançando para o jogo de todas as decisões.
No jogo de todas as decisões, a Atalanta tinha a dura missão de defrontar um super Leverkusen, que ainda não tinha perdido durante toda a temporada de 2023/24. Contrariamente ao que se esperava, os italianos entraram muito melhor na partida e fizeram uma exibição de luxo, cujo expoente máximo foram os três golos da estrela de Bérgamo, Ademola Lookman.
E foi esta a história do primeiro troféu italiano desta equipa emblemática, que brilhou durante toda a última temporada e continua a brilhar em 2024/25.
Liga Conferência: A subida dos gregos ao Olimpo
A mais recente prova da UEFA tem permitido a muitos clubes que nunca tinham estado em fases finais de competições europeias de se mostrarem ao Mundo. Isto dá também oportunidade a equipas que nunca conquistaram troféus internacionais essa possibilidade e o Olympiacos soube aproveitar.
Os gregos caíram da Liga Europa e, logo no playoff, eliminaram o Ferencvaros com duas vitórias por 1-0. Seguiu-se um dos duelos mais espetaculares da Liga Conferência nos oitavos de final:
Após o que aprecia uma derrota decisiva na receção ao Maccabi Teal-Aviv (4-1), em plena Grécia, o Olympiacos foi buscar forças que ninguém sabia que tinha e venceu por uns impressionantes 6-1, num jogo disputado na Sérvia, após uma tremenda exibição coletiva.
Nos quartos houve um equilibradíssimo duelo com o Fenerbahçe, que foi construído com uma vitória por 3-2 na primeira mão, seguida por uma derrota na segunda (1-0), que obrigou o jogo a ir para as grandes penalidades. Aí, a sorte sorriu aos gregos que marcaram lugar nas meias-finais.
Perante um poderoso Aston Villa, um dos claros favoritos a vencer a competição, o Olympiacos voltou a portar-se à altura e venceu os dois jogos, o primeiro por 4-2, em Inglaterra, sendo que na Grécia o triunfo foi pela mesma margem, mas com menos golos (2-0).
Eis que chegou o fatídico dia, onde estava tudo em jogo. O adversário na final foi a Fiorentina e a partida só no prolongamento ficou resolvida. Já aos 116 minutos, o melhor marcador da competição, Kaabi fez jus ao seu estatuto e decidiu a partida que deu um precioso troféu a um dos melhores clubes da Grécia.
Copa América: A consagração da Argentina
A Copa América foi mais um grande torneio onde a Argentina provou porque é a atual campeã do Mundo. Tudo começou com um fase de grupos imaculada, marcada apenas por vitórias, contra Canadá, Chile e Peru.
No entanto as dificuldades chegaram mais cedo do que o esperado, uma vez que a equipa de Lionel Messi teve de se esforçar para ultrapassar o Equador. O encontro foi muito renhido e o golo de Kevin Rodríguez no tempo de descontos repôs justiça no marcador. Depois, nas grandes penalidades, os campeões mundiais foram mais fortes.
Seguiram-se as meias-finais, onde o Canadá foi uma presa demasiado fácil de caçar, sendo que Lionel Messi e Julián Álvarez trataram de colocar a sua seleção na final.
Já no jogo de todas as decisões, contra uma grande Colômbia que estava a ser a melhor equipa do torneio até à altura, a Argentina teve de batalhar muito e o duelo só ficou decidido aos 112 minutos, quando Lautaro Martínez fez de socorrista e garantiu mais um título para os argentinos, num embate muito quentinho frente à seleção colombiana.
Glória para a Argentina na despedida de uma lenda do país, Angel Di María, do futebol internacional.
Este foi o resumo do futebol internacional de alto nível, com especial destaque para os merecidos triunfos de Real Madrid, Atalanta, Olympiacos e Argentina, que moldaram o ano 2024 com vitórias que certamente serão recordadas por muito tempo.
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