Os jogadores muçulmanos que já expressaram o seu apoio a Palestina no conflito entre Israel e o Hamas estão a ser muito contestados na Europa. O último deles foi Karim Benzema, internacional francês com raízes argelinas e que joga nos sauditas do Al Ittihad.

Depois de o Ministro do Interior de França, Gérald Darmanin, ter acusado o jogador de ter ligações à Irmandade Muçulmana, Valérie Boyer, senadora francesa de Bouches-du-Rhône (departamento localizado no sul de França) veio a terreno pedir que seja retirada a Bola de Ouro ao avançado, atribuído em 2022, assim como a cidadania francesa.

"Se as declarações do ministro do Interior forem verdadeiras, devemos considerar sanções contra Karim Benzema. Uma sanção inicialmente simbólica seria retirar-lhe a Bola de Ouro. Por último, teremos de pedir a perda da nacionalidade. Não podemos aceitar que um francês com dupla nacionalidade, conhecido internacionalmente, possa desonrar e até trair o seu país desta forma", escreveu Valérie Boyer através de um comunicado publicado na rede social X, antigo Twitter.

No final da tarde de terça-feira, o Ministro do Interior de França, Gérald Darmanin, acusou Benzema de ligações à Irmandade Muçulmana.

"O senhor Karim Benzema tem ligações notórias, como todos sabemos, à Irmandade Muçulmana", declarou Gérald Darmanin, no canal televisivo CNews. Também Nadine Morano, deputada no Parlamento Europeu, do partido Les Republicains, acusou Benzema de ser um "agente de propaganda do Hamas".

De recordar que a Irmandade Muçulmana é uma organização islâmica radical fundada em 1928, com origem no Egito, considerada uma organização terrorista em diversos países ocidentais e que esteve na base da formação do Hamas.

Estas acusações surgem depois de o internacional francês ter manifestado apoio aos habitantes de Gaza vítima do conflito entre Israel e o Hamas.

"Todas as nossas orações para os habitantes de Gaza que, mais uma vez, foram vítimas destes injustos bombardeamentos que não poupam mulheres nem crianças", escreveu Benzema, no passado domingo, na sua conta na rede social X, antigo Twitter.

Noussair Mazraoui, jogador marroquino do Bayern Munique, também esteve na mira de políticos, mais precisamente da Alemanha. Depois de após o lateral direito ter mencionado o ataque do Hamas a Israel como "uma vitória para a Palestina" na rede social X, antigo Twitter, Johannes Steineiger, deputado alemão, pediu a extradição do jogador.

A polémica com a publicação levou Noussair Mazraoui a usar a mesma plataforma para se justificar, depois de o jornal 'Bild' ter acusado o lateral marroquino de ser um "apoiante do terrorismo".