O futebolista internacional português Daniel Carriço, que trocou os espanhóis do Sevilha pelos chineses do Wuhan Zall em janeiro, admitiu estar mais preparado para iniciar uma nova etapa na região de origem da pandemia de covid-19.

“Sinceramente, já tive mais receio. Neste momento, sinto que a situação na China, felizmente, está muito mais controlada e aos poucos o país está a retomar a normalidade. Espero que dentro de pouco tempo possa viajar e poder voltar a trabalhar”, frisou o defesa central ao sítio oficial da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) na Internet.

Afastado da sua cidade desde o início de janeiro, o Wuhan Zall dividiu a pré-época entre Guangzhou, a mais de 800 quilómetros, e Málaga, no sul de Espanha, tendo regressado a casa em meados de março, enquanto Daniel Carriço, de 31 anos, ainda está em Lisboa à espera de autorização da embaixada chinesa para viajar.

“Neste momento todos temos os nossos planos de treino para tentar manter a forma dentro do possível. Estou ansioso que tudo isto passe para todos podermos voltar às nossas vidas e rotinas, no meu caso poder viajar para a China e conhecer o país, uma nova cultura e poder voltar a fazer o que mais gosto, que é jogar futebol”, referiu.

Daniel Carriço, de 31 anos, representou o Sevilha desde 2013/14 e chegou ao Wuhan numa altura em que a Liga chinesa está suspensa devido à pandemia da covid-19, responsável por 81.518 casos, 3.305 mortes e mais de 76 mil recuperados, num país que suspendeu temporariamente a entrada de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes.

“Esta pandemia mudou a vida de todos. Neste momento, praticamente ninguém consegue exercer a sua profissão e as ligas de futebol estão todas paradas. No meu caso, começávamos em março a época e, com toda esta nova realidade, está previsto que comece em maio”, apontou.

Aproveitando “ao máximo” o tempo para estar com a família, o antigo jogador de Sporting, Olhanense, dos cipriotas do AEL Limassol e dos ingleses do Reading tem “acompanhado de perto” a evolução do novo coronavírus em Portugal e apela à “responsabilidade e consciência” de cada um no cumprimento das medidas de contenção.

“O mais importante é ficar em casa e tentar sair, unicamente para o indispensável e estritamente necessário. O vírus propaga-se muito facilmente e, sobretudo, ataca as pessoas com mais idade. Temos de ser responsáveis por nós e pelos outros. São tempos difíceis, mas se todos cumprirmos à risca, certamente, vamos vencer”, afiançou.

Em Portugal, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.