O futebolista português Cristiano Ronaldo é o favorito a conquistar, pela segunda vez na sua carreira, a Bola de Ouro, numa eleição em que houve um antes e um depois de uma estranha dança de Joseph Blatter.
Quando, no final de outubro, numa conferência em Inglaterra, tentou ridicularizar o “capitão” Ronaldo e disse preferir Messi, o líder da FIFA gerou uma “onda” de sentido contrário, com epicentro em Portugal e Madrid, que inverteu a tendência.
Os três golos de Cristiano Ronaldo à Suécia, na segunda mão do “play-off” de apuramento para o Mundial de 2014, também foram decisivos, mas só entram nas contas porque, no dia desse jogo, a FIFA resolveu prolongar a votação.
Face a um “baixo número de respostas” e “por forma a garantir um número representativo de votos”, conforme comunicou à Lusa, a FIFA, que entrega o prémio conjuntamente com France Football desde 2010, alargou o prazo de votação “até 29 de novembro”.
Com essa mudança, o “capitão” da seleção lusa, que estava atrás de Messi e Ribéry nas casas de apostas, passou a favorito e foi cimentando o estatuto com golos, até aos 69, um novo máximo pessoal, conseguido em apenas 59 encontros oficiais.
Se em 2008 venceu por ter sido a grande figura do Manchester United campeão europeu, desta vez Ronaldo ganhará pelo que fez individualmente, já que, coletivamente, ficou a zero.
Na última época sob o comando do português José Mourinho, o Real Madrid foi segundo na Liga espanhola, ganha pelo FC Barcelona, caiu nas meias-finais da Liga dos Campeões, face ao “vice” Borussia de Dortmund, e perdeu em casa, para o Atlético de Madrid, a final da Taça do Rei.
Cristiano Ronaldo será, porém, o menos culpado deste “desastre” coletivo: pelos “merengues”, em 2013, marcou 59 golos, em apenas 50 jogos, um registo notável que o coloca a caminho de se tornar, rapidamente, o melhor marcador de sempre do clube.
Os argumentos de Ronaldo são bem diferentes dos do francês Franck Ribéry, que ganhou tudo no último ano, com o Bayern Munique, incluindo Liga dos Campeões, Mundial de clubes, Supertaça Europeia, “Bundesliga” e Taça da Alemanha.
Principal figura dos bávaros, tanto sob o comando de Jupp Heynckes (2012/2013) como do catalão Pep Guardiola (2013/2014), o gaulês, já eleito melhor jogador da UEFA, fica, no entanto, longe de Ronaldo em matéria de protagonismo individual.
Os 23 golos, em 55 encontros oficiais, pelo Bayern e a França, que ajudou a qualificar para o Mundial de 2014, são, ainda assim, um registo muito interessante, para um jogador que tem como principal função ser o motor do ataque e assistir os companheiros.
Quanto a Lionel Messi, as lesões ter-lhe-ão custado um quinto cetro consecutivo, num ano em que, ainda assim, somou dois títulos coletivos (Liga e Supertaça de Espanha) e conquistou pela terceira vez – feito único – a Bota de Ouro.
Autor de 44 golos, em 46 jogos, o “10” do FC Barcelona esteve ao seu nível, de número 1, quando pôde jogar a 100 por cento fisicamente, nomeadamente na primeira metade do ano, quando completou uma volta à Liga espanhola a marcar a todos.
Como Cristiano Ronaldo e Franck Ribéry, também Messi foi decisivo no apuramento da Argentina para o Mundial de 2014, com 10 tentos na fase de qualificação sul-americana, ganha pelos “albi-celestres”.
Feitas as contas, o “capitão” luso apresenta os melhores números individuais, o gaulês ganha em termos coletivos e o argentino está em segundo nas duas “categorias”.
A decisão está tomada, mas só será conhecida segunda-feira, em Zurique, na Suíça, no decorrer da Gala da FIFA.
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