“Foi um ano fantástico da minha carreira profissional, pelo que entendo a distinção do Record [prémio Artur Agostinho], como um sublinhar desse feito. Se foi o melhor [ano]?...Talvez. Tenho vivido muitos bons anos, mas este foi o do verdadeiro triplete”, disse Mourinho durante a entrevista ao jornal desportivo.
Com o Inter, conquistou a sua segunda Liga dos Campeões, devolvendo ao clube italiano o brilho de outros tempos e quando, diz, “numa época em que Barcelona e Chelsea era favoritos”.
“Fomos campeões europeus eliminando essas duas equipas. Por vezes conseguimos progredir nas competições a eliminar com a estrelinha que o sorteio nos vai proporcionando, mas desta vez não fomos bafejados pela sorte. Esta Champions teve um significado incrivel pelo grau de dificuldade , pelos adversários e também pelo que representou na história de um clube que a perseguia há quase 50 anos”, frisou Mourinho.
Depois de um ano soberbo e nomeado para o prémio de Melhor Treinador do Mundo, uma distinção inédita criada este ano pela FIFA e pela France Football, confessa que a derrota o deixará “um pouco tristinho”, mas a derrota também o deixará “orgulhosozinho”, reflexo das coisas com que teve de “aprender a viver ao longo dos anos”. Odiado pelos seus pares, mas idolatrado pelos que treina.
“O que me aconteceu em Itália é elucidativo, tendo em conta prémios relativos não à época passada mas à anterior. Dois troféus paralelos para o melhor treinador, o Oscar del Calcio, votado pelos jogadores da Série A, e o Panchina d’Oro, votado pelos treinadores, tiveram resultados opostos: no primeiro ganhei com 88 por cento, no segundo recebi dois votos”, relembra.
Num ano brilhante, teria que haver uma “pedra no sapato”, que dá pelo nome de Selecção Nacional. O facto de não poder ajudar a equipa das quinas quando solicitado por Madail criou “a maior frustração profissional de 2010”.
“Acho que nunca serei treinador de selecções, por mentalidade, por personalidade. Não sou treinador de gabinete, de observação de jogadores. Mas naquele momento motivei-me, tive gente em casa que tem peso sobre mim que me apertou forte para aceitar. Depois de ter dito que ia para Portugal para fazer o jogo com a Dinamarca disseram-me que não podia ir. É a minha maior frustração”, confessou, acrescentando que depois reconheceu “não ser uma situação cómoda para o Real Madrid”.
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