O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, mostrou-se hoje “muito satisfeito por ajudar dezenas de jogadores que já tinham perdido a esperança na recuperação de créditos”, em resposta à decisão anunciada pela FIFA.

A terceira fase do Fundo FIFA, que fornece apoio a futebolistas que ficaram sem receber os salários acordados com os respetivos clubes, vai abranger um total de 225 jogadores, com 61 ligados a Portugal, segundo revelou hoje o organismo, um anúncio que mereceu uma reação por parte de Joaquim Evangelista.

“Acima de tudo, ficámos muito satisfeitos por ajudar dezenas de jogadores que já tinham perdido a esperança na recuperação dos seus créditos”, começou por dizer o dirigente, em declarações à agência Lusa.

Joaquim Evangelista realçou “que os resultados conhecidos, que colocam Portugal no topo dos países abrangidos pelo mecanismo de apoio do FIFA Fund, não significam necessariamente que Portugal seja o país com maior número de insolvências ou desclassificação de clubes, em processos judiciais que acabam por não dar em nada e lesam os jogadores nos seus créditos”.

“Temos demasiados casos, motivo pelo qual é essencial melhorar os requisitos de licenciamento dos clubes, o escrutínio da idoneidade dos investidores e os mecanismos de controlo das obrigações salariais”, alertou, salientando que países como Roménia, Grécia ou Turquia “registam centenas de casos anualmente”.

Por fim, congratulou-se por ver “aprovadas dezenas de candidaturas nos três ciclos já realizados”, aguardando que outras dezenas, que foram apresentadas, sejam “apreciadas no quarto e último ciclo”.

De acordo com a FIFA, que explicou a terceira fase do Fundo numa nota publicada no seu sítio oficial, Portugal tem mesmo o maior número de jogadores que vão receber este apoio, à frente da Grécia, com 50, e da Roménia, com 22.

A terceira fase é referente a jogadores que pediram auxílio durante o ano de 2021 e terá um total de quatro milhões de dólares (cerca de três milhões e meio de euros), a serem distribuídos pelos 225 futebolistas.

Quanto aos jogadores que ficaram sem salário, apesar de terem contrato, 19 estavam ligados ao Desportivo das Aves, 18 à União da Madeira, oito ao Freamunde e oito ao Vitória de Setúbal.

O Fundo FIFA para Jogadores de Futebol é resultado de um acordo firmado com a FIFPRO (Associação Internacional de Futebolistas Profissionais) em 2020, que fornece apoio financeiro a jogadores que não receberam e ou não têm possibilidade de receber os salários acordados com seus respetivos clubes.

O orçamento total do fundo é de 16 milhões de dólares (cerca de 14 milhões e meio de euros), dividido em quatro ciclos de aplicação.

A quarta e última fase terá como base os pedidos recebidos durante 2022 e terá igualmente um orçamento de quatro milhões de dólares.