A Rússia vai decidir em 27 de dezembro se opta por deixar de integrar a UEFA e passa a competir na Confederação Asiática de Futebol (AFC), adiantou hoje Alexandr Diukov, presidente da Federação Russa de Futebol (UFR).

"A entrada na AFC permitirá que as nossas seleções e clubes voltem aos torneios oficiais. A decisão é complicada e controversa", admitiu em conferência de imprensa Alexandr Diukov, informando que a "decisão final" será tomada na reunião da comissão executiva da UFR na próxima terça-feira.

O futebol russo está excluído de todas as competições internacionais devido à guerra na Ucrânia, tendo a seleção principal sido afastada do Mundial2022, no Qatar.

"Podemos esperar? Quanto tempo podemos esperar? A Inglaterra esperou cinco anos? Se eles nos disserem um prazo específico, organizaríamos uma votação e votaríamos se estivéssemos dispostos a esperar cinco anos. Mas 10 ou 15 anos?", disse o dirigente da UFR.

Segundo Diukov, "a grande maioria dos clubes" russos apoia a mudança para a AFC, até porque a UEFA, organismo que rege o futebol europeu, vai manter as sanções ao futebol russo enquanto dura o conflito na Ucrânia.

"Não vemos a luz no fim do túnel. Neste momento, a AFC está disposta a aceitar-nos. Até agora, ninguém esteve disposto a dar-nos uma garantia por escrito, mas eles estão dispostos a estudar a nossa candidatura. A possibilidade de que eles nos aceitem é mais do que alta", salientou Diukov, acrescentando que sabe que a FIFA "não se vai opor" à mudança para a AFC.

O responsável vincou que a decisão deve ser tomada até 31 de dezembro, já que é a única opção para a Rússia poder participar na fase de qualificação para o Mundial de 2026, que será disputado nos Estados Unidos, México e Canadá.

"O atraso de alguns dias na tomada de decisão significará que o futebol nacional pode perder quatro anos", explicou Diukov, que já recebeu o aval do ministro do Desporto russo, Oleg Matitsin.

Ao mesmo tempo, Diukov negou que, se decidir a favor da Ásia, as portas da UEFA estarão fechadas "para sempre", embora tenha admitido que a Rússia não poderá voltar à Europa tão cedo quanto deseja.

A seleção russa fez o seu último jogo oficial há um ano, quando perdeu com a Croácia, derrota que a condenou ao 'play-off' do Mundial, que nunca chegou a disputar devido à invasão militar na Ucrânia.

Desde então, a equipa comandada por Valeri Karpin só conseguiu realizar três jogos particulares contra seleções da Ásia Central desde setembro: Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.