Jorge Jesus foi condecorado, esta segunda-feira, no Palácio de Belém, em Lisboa com a Ordem do Infante D. Henrique esta segunda-feira pelo Presidente da República, pelos resultados alcançados, tanto no Brasil, ao serviço do Flamengo, como em Portugal.
Já depois de discursar, o treinador português respondeu a algumas perguntas dos jornalistas presentes no Palácio de Belém. "É uma condecoração completamente diferente de todas as que já tive. O Infante D. Henrique nunca foi um navegador, foi um estratega e é um papel que se assemelha ao de um treinador", começou por dizer.
"A importância do povo português se associar e partilhar as vitórias do Flamengo, principalmente, nas competições internacionais, como foi o caso da Libertadores e do Mundial de Clubes. Essa vitória, para mim, é a mais importante. Ver os portugueses em conjunto a apoiarem um treinador português", afirmou.
Sobre a presença de Luís Filipe Vieira, Frederico Varandas e António Salvador, presidentes de três clubes portugueses que já orientou (Benfica, Sporting e SC Braga), o técnico enalteceu o contributo de cada um na sua carreira: "Neste percurso há que reconhecer quem nos ajudou e quis associar esta minha condecoração a eles, porque sem eles, hoje talvez não estaria aqui."
"Também convidei o presidente do FC Porto a estar aqui. Não pôde estar, não só porque fez ontem anos, mas porque também está doente. Tem de haver rivalidades, mas há o caminho do futebol para seguir. Em Portugal temos um futebol bonito e uns adeptos apaixonados e nestes dois anos fora, tive momentos em que pensei nisso, que é um caminho novo para o futebol português", indicou.
Nesse sentido, Jesus aproveitou para fazer uma reflexão sobre o atual momento do futebol português. "O futebol português tem um caminho lindo para percorrer. Porque somos 10 milhões, mas existe uma enorme riqueza nos métodos de treino e nos jogadores produzidos. Tem de haver uma valorização do produto, mas pelo futebol praticado. Ainda se pensa que se pode ganhar fora do campo e isso tem de acabar", referiu.
Questionado sobre um eventual regresso a Portugal, o técnico admite que "está mais difícil". "Quando sai, pensava que regressava mais rápido. Hoje, não digo que não regresso, mas está mais difícil", vincou.
A decisão do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, de condecorar o antigo treinador do Benfica e do Sporting foi divulgada no dia 21, logo após terminar a final do campeonato de mundo de clubes, em que o Flamengo perdeu com o Liverpool por 1-0 no prolongamento.
A Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir quem prestou “serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores”.
No palmarés como treinador, Jorge Jesus tem uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga e uma Supertaça pelo Benfica, uma Taça da Liga e uma Supertaça pelo Sporting, uma Taça Intertoto da UEFA pelo Sporting de Braga e uma Supertaça pelo Al-Hilal, da Arábia Saudita.
Este ano, levou o Flamengo a conquistar a Taça Libertadores e o campeonato brasileiro, mas falhou o mundial de clubes ao perder na final com os ingleses do Liverpool.
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