O euro recandidato comunista, adepto do Sporting, reconfortou quarta-feira os "amigos e camaradas benfiquistas" pela derrota nos penáltis na final da Liga Europa, diante do Sevilha FC, com a máxima "a luta continua!".

Num restaurante, entre a Marinha Grande e Alcobaça, João Ferreira começou a intervenção noturna com "uma saudação especial e uma palavra de conforto" para quem "sofreu esta noite" porque, "no futebol como na vida, as derrotas não nos podem desanimar e as vitórias não nos podem descansar".

"Amanhã lá continuaremos por novas vitórias", disse o cabeça de lista da CDU, antes de ser interrompido pelo emotivo e futebolístico coro: "a luta continua! A luta continua! A luta continua".

O eurodeputado garantiu "um grande resultado nas próximas eleições do dia 25 (de maio)" uma vez que "a CDU avança, com toda a confiança".

O também vereador da Câmara Municipal de Lisboa só chegou ao estabelecimento de restauração já com 21 minutos de jogo disputado em Turim devido à penúltima ação de campanha do dia, um encontro com a comissão de utentes da saúde da Marinha Grande.

"Está equilibrado morno ou equilibrado vivo?", perguntou aos presentes na parte do estabelecimento que serve de café e onde se pode fumar - onde os lugares eram mais disputados devido às grandes dimensões do ecrã -, já com uma cerveja mini preta e um prato de tremoços para entretém.

O futebol e algum álcool nada tiveram de "ópio do povo" para a caravana da CDU, cujos elementos, uns mais que outros, respeitaram o dever patriótico de acudir pelo Benfica no jogo decisivo.

"Não há nenhuma razão especial para ser do Sporting. Na minha família há de tudo, Sporting, Benfica...", explicou, antes de se mudar para a sala de refeições, nos descontos da primeira parte do jogo.

A segunda metade regulamentar, o prolongamento e o excitante desempate por grandes penalidades foram encarados pelo cabeça de lista da CDU com uma fleuma nada caraterística dos "PIIGS", talvez influenciado pelos ares bruxelenses ou a tentar disfarçar algum perverso contentamento sportinguista, sob a pressão das objetivas, a tentarem captar uma possível reação a um golo que nunca veio a existir.

Para trás ficaram, as preocupações expressadas na Marinha Grande com o setor da saúde, "cada vez mais a ser posto em causa" e em risco de "degradação geral".

"A saúde não é apenas a ausência de doença. É o bem-estar completo, físico e psíquico das pessoas", sublinhou, criticando "o encerramento de muitíssimas unidades de saúde, de toda a espécie, e o aumento dos custos, designadamente as taxas moderadoras", enquanto "cresceram como cogumelos novos hospitais privados de grandes grupos económicos, que fazem hoje dinheiro e negócio com a doença das pessoas, recebendo financiamentos públicos".