Na noite desta quarta-feira, as bancadas do Estádio de Alvalade estiveram tão despidas de público (cerca de 9000 mil pessoas) como o jogo foi vazio de ideias. Tal como as cadeiras coloridas pretendem transmitir a ideia de que o recinto está cheio, também os jogadores escalados pelos dois treinadores (Marco Silva estreou sete aatletas) queriam dar a ideia de que jogavam juntos desde há muito tempo.

O Sporting acabou por “abater” Boavista (havia perdido nas suas últimas cinco deslocações ao reduto “verde e branco”) com um golo do japonês Tanaka, avançado que atravessa um momento positivo e carimbou o triunfo leonino pela segunda vez consecutiva.

A “pantera negra” entrou na "selva" para ir à caça de, pelo menos, um ponto (última vez que o Boavista não perdeu em casa do Sporting foi em março de 2003), mas caiu em várias armadilhas de um “leão” que estava no seu território e foi impondo sempre a sua lei ao longo dos noventa minutos. O Boavista também apresentou várias alterações (Marek Cech estreou-se e marcou o seu regresso a Portugal), principalmente a partir do meio-campo para a frente e isso acabou por se refletir num desempenho pouco entrosado da equipa.

No primeiro período, o tempo foi passando e os sportinguistas, que insistiam com frequência em tabelinhas rápidas e cruzamentos para a área para desfeitear os adversários, iam sendo uma presa fácil para a defensiva visitante. Até aos 20 minutos, a turma da casa foi dominando a posse da bola. Contudo, Petit pediu aos seus jogadores que estivessem mais próximos e compactos, situação que teve resultado imediato, com o Boavista a criar a primeira situação de

real perigo do encontro.

O central Lucas foi lá à frente indicar como se “mostram as garras” e cabeceou colocado ao poste direito após cruzamento de Anderson Carvalho. Isto parece ter despertado a fúria dos homens de Marco Silva e Gauld, o mais ativo do desafio, teve oportunidade para abrir caminho à sétima vitória consecutiva, mas o remate saiu fraco e à figura de Monllor. Está resumida a primeira parte.

No segundo tempo, ambas as formações evidenciaram aparecer mais expeditas e, quando o “instinto” da assistência fazia pensar numa mudança do cariz do jogo – um início de parada e resposta de ambos os intervenientes -, eis que o “rei leão” não aparentava vontade de dirigir os destinos da partida. Já a dócil “pantera” parecia estar contente com o resultado.

Aos 57’, Oriol Rosell fez questão de evidenciar a necessidade de se ser mais agressivo e fez uma falta sobre o antigo jogador do FC Porto, Marek Cech, que saiu lesionado. Como não notou um maior estímulo de ir para cima do adversário nos seus colegas, voltou a repetir a façanha, mas agora junto da sua área. Foi a admoestado com dois amarelos no espaço de três minutos e o consequente vermelho. O Sporting passou a jogar com menos um e os nortenhos tinham uma oportunidade de ouro para tomar as rédeas do encontro.

Tal não se verificou e, como disse Alfredo Costa (treinador de guarda-redes do Boavista), os “axadrezados” deveriam “ter sido mais atrevidos e pressionado mais o Sporting”. Mas, tal como na selva, acabou por ser imposta a lei do mais forte e Gauld (o mais esforçado do lisboetas), num roubo de bola que comprovou a raça que põe em campo, correu para a área e acabou derrubado pelo guardião dos portuenses, após passe de Tanaka.

Tanaka aprontou-se a bater a bola a onze metros da baliza. Guarda-redes para um lado, bola para o outro e o 1-0 estava feito, assim como estava consumado o resultado final. O jogo poderia ter acabado logo ali, porque até ao momento em que o árbitro apitou pela última vez não se registou mais nenhum lance de evidente perigo.

Ficou comprovado que o “leão” manda na sua toca (já não sofre golos há sete jogos), tendo igualado o seu melhor registo da época passada (oito jogos, sete vitórias e uma igualdade).

O grande poder físico da “pantera negra” e a velocidade que tem por hábito aplicar quando vai à caça do golo não foram suficientes num duelo pouco “felino”, porque do outro lado havia um “leão” determinado que alcançou “uma vitória totalmente justa”, com afirmou o seu treinador.

O Sporting cimentou a liderança do grupo com seis pontos, mais dois do que o Belenenses (2.º), e está mais perto de seguir em frente na prova. Já o Boavista é 4.º, com apenas um ponto e vê a sua tarefa mais complicada para os dois confrontos restantes.