Foi anunciado como uma espécie de “jogo da paz”. O clássico entre Bahia e Vitória, da sexta jornada do Campeonato Baiano, tinha como objetivo promover um clima pacífico dentro e fora do campo. E chamou a atenção por ser o primeiro jogo a receber adeptos das duas equipas, depois de, nos últimos seis, ter sido apenas autorizada a presença de adeptos do clube da casa. Contudo, mal o árbitro apitou para o início da partida, aconteceu tudo o que não podia ter acontecido: desentendimentos, agressões e expulsões. Nove, mais precisamente.
A partida no Estádio Manoel Barradas, também conhecido como Barradão, acabou por terminar aos 79 minutos, com o resultado empatado a um golo. Isto porque o Vitória viu-se reduzido a seis jogadores, menos um do que o mínimo exigido para haver jogo.
A batalha campal começou ao minuto 50 quando Vinícius marcou, de grande penalidade, o golo que deu o empate ao Bahia. O médio foi festejar mesmo em frente à claque do Vitória, com alguns gestos provocatórios à mistura, o que originou grande confusão entre os jogadores das duas equipas, com direito a trocas de socos e pontapés.
No meio do caos, o árbitro da partida acabou por expulsar sete jogadores: Vinícius, Edson, Becão e Lucas Fonseca no lado do Bahia, e Rhayner, Kanu e Denilson no lado do Vitória.
O jogo ainda foi retomado, mas dois atletas do Vitória (Uillian Correia e Bruno Bispo) acabaram por receber ordem de expulsão pouco depois, deixando a equipa reduzida a seis elementos. Face a este cenário, o árbitro foi obrigado a dar o clássico por terminado quando ainda faltava disputar cerca de 15 minutos.
Os regulamentos dizem que, para haver jogo, as equipas devem ter, pelo menos, sete jogadores em campo e que, caso uma equipa fique, durante o jogo, com menos de sete jogadores, perderá a partida. Deste modo, o Bahia deverá ser declarado vencedor.
'Mea culpa' nunca chegou
No final do encontro, o Bahia acusou o adversário de provocar as últimas duas expulsões para provocar o final da partida. Uillian Correia viu o cartão vermelho por falta dura sobre Zé Rafael, enquanto Bruno Bispo foi expulso por atirar a bola para longe e demorar demasiado tempo na cobrança de uma falta.
Vágner Macnini, treinador do Vitória, negou ter pedido aos seus jogadores para forçarem a expulsão. "Quem causou a confusão foi o jogador do Bahia", disse o técnico rubro-negro, referindo-se aos festejos de Vinícius junto aos adeptos da equipa adversária.
"Durante a semana o atleta lançou muitas provocações nas redes sociais, e depois foi festejar em frente à claque do Vitória, sabendo que a claque do Bahia está no estádio. Por que fez isso?", questionou ainda Macnini.
Guto Ferreira, treinador do Bahia, admitiu o erro cometido por Vinícius, mas nota que a reação dos jogadores do Vitória foi exagerada. "Um erro não justifica o outro. Cabia à arbitragem, à imprensa fazer depois uma análise ao gesto dele e não tirar satisfações como fizeram os outros jogadores. Até porque ele não ofendeu nenhum jogador, ele simplesmente celebrou um golo. Se isso for problema, que se proíbam as comemorações do futebol”, advogou.
De referir que, para além da confusão entre os jogadores das duas equipas, também houve troca de agressões entre adeptos do Bahia na arquibancada do Barradão. Antes do início do encontro, 13 pessoas já tinham sido detidas por desacatos.
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