Com o futebol parado nos quatro cantos do mundo, as entidades que regem o desporto-rei continuam a fazer contas à vida, com planeamentos e reajustes de calendários. Na Europa, ninguém sabe quando a bola voltará a rodar os relvados, mas já quem esteja a fazer contas sobre o tremendo impacto da pandemia de Covid-19. Neste momento, tudo é incerto e todos os cenários são possíveis.
Há quem aponte para junho o regresso do futebol para, praticamente iniciar a próxima época. Outro cenário é anular esta presente temporada e iniciar tudo do zero em junho/junho, se o surto de Covid-19 assim o permitir. A prolongação do estado de emergência em Espanha e o endurecimento das medidas adoptadas por Itália para travar a propagação do novo coronavírus mostra-nos que a possibilidade de terminar a temporada 2019/2020 é cada vez mais remota.
Gianni Infantino, disse hoje que o futebol só regressará quando a crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19 for ultrapassada, e que será uma oportunidade para ‘reformar’ este desporto.
"Faz falta estudar o impacto desta crise. Agora é difícil, não sabemos quando voltaremos à normalidade, mas foquemo-nos nas oportunidades. Talvez possamos reformar o futebol mundial, dar um passo atrás", explicou o líder da FIFA.
A UEFA, ciente dos problemas que o mundo do futebol enfrenta, adiou o Europeu de futebol sénior masculino por um ano, ao mesmo tempo que adiou algumas provas previstas para o verão de 2021, como o Euro sub-21 e o Europeu de futebol feminino. A FIFA criou três comissões para estudar o calendário, os contratos e transferências e para avaliar as consequências desta pandemia no futebol.
Avança o jornal espanhol 'Marca' que estes dois organismos vão anunciar, nos próximos dias, às suas federações, que os clubes não poderão ter planteis que absorvem 75 a 80 por cento do orçamento anual. Os clubes terão de repensar a sua estratégia até porque havia emblemas que ultrapassavam mesmo esse limite. A proposta é que nenhum clube possa gastar mais de 65 por cento do seu orçamento em salários e prémios para os jogadores. A questão do teto salarial volta a entrar na agenda.
O dinheiro que o futebol movimentava era gasto em transferências e salários, algo que a FIFA quer mudar, avança a 'Marca. Quase nenhum emblema pensou em situações limites como esta que se vive com a pandemia do Covid-19 e o organismo que tutela o futebol mundial quer mudanças neste aspeto.
Uma delas será endurecer as regras do fair-play financeiro para evitar a falência de alguns clubes que vão ter problemas num futuro próximo, com a falta de liquidez para fazer face as compromissos, como pagar salários. Sem futebol, não há venda de bilhetes, de merchandising. E, se não entra dinheiro, não há como pagar os altos salários que alguns craques auferem.
A 'Marca' escreve que a FIFA e a UEFA estão a estudar a criação de um fundo que poderá compensar os clubes pelas perdas que irão ter, sem esquecer o retrocesso que irá ter os planos de ajuda às federações.
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