O Clube de Futebol “Os Belenenses” lembrou o “nome maior do fado e da cultura portuguesa” que era Carlos do Carmo, que hoje morreu aos 81 anos, e os muitos anos de sócio do emblema do Restelo.

Numa nota assinada pelos atuais órgãos sociais do clube, é lembrado o passado associativo do fadista, que foi “candidato aos órgãos sociais do clube no início deste século”, sendo mais tarde agraciado, em 2014, com um voto de louvor numa assembleia-geral.

“Como distinção pelo ‘Grammy’ [Latino] recebido e pela sua antiguidade como sócio”, esclarecem no texto, publicado no ‘site’ oficial.

Nessa assembleia-geral de dezembro de 2014, Carlos do Carmo agradeceu a distinção do clube do qual se fez sócio em 1949, então fazendo 65 anos, lembrando, segundo o Record, que foi o pai que lhe pediu "para nunca deixar de pagar as quotas do Belenenses".

“Deixo um filho e duas netas do Belenenses, os outros são do Benfica e do Sporting, por isso acho que trabalhei mal...”, declarou então.

Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, era filho da fadista Lucília do Carmo e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

O cantor despediu-se dos palcos em 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

A publicação do seu derradeiro álbum, "E Ainda?", prevista para o passado mês de novembro, foi anunciada hoje, para este ano, pela discográfica Universal Music.

O Governo decretou um dia de luto nacional para segunda-feira, pela morte de Carlos do Carmo.