Na extensa entrevista feita à TVI, Jorge Nuno Pinto da Costa abordou a 'Operação Pretoriano', e que levou à prisão de Fernando Madureira, antigo líder da claque 'Super Dragões'. O antigo presidente do FC Porto afirma que não põe a mão no fogo por ninguém, e contou um episódio que terá ocorrido na noite da Assembleia-Geral de 13 de novembro.

"Eu não colocaria as mãos no fogo por ninguém, mas acho que ele está preso injustamente. Ele na Assembleia Geral, que dizem que ele fez, não há em momento algum em que agrediu alguém. Há um momento em que manda sentar as pessoas, mas nunca agrediu ninguém. Uma Assembleia Geral, em que esteve o Villas-Boas, que até votou contra as contas, e no final para sair quem o foi levar ao carro foi o Fernando Madureira. Foi ele que o foi levar ao carro. Ele não tinha nenhum problema com o Villas-Boas. Tinha as suas convicções e tinha a claque que era uma loucura e enchia os estádios. Ainda agora nos Açores foi uma tristeza. Viu-se meia dúzia de pessoas. Ele levava 50 ou 100, tinha um poder de mobilização. Se ganhou muito dinheiro? Algum acho que ganhou. Nunca lhe o contei", afirmou Pinto da Costa.

O ex-líder do clube azul e branco descreveu como funcionava o acordo de cedência de bilhetes à claque, revelando também o estado de espírito de Madureira quando o foi visitar à prisão.

"Naturalmente que ele tinha um acordo, em que comprava os bilhetes por X. Cedíamos X bilhetes e depois uns ficavam nas claques e outros creio que vendiam para ganhar algum para as despesas das deslocações. Ele tinha um acordo com o FC Porto desde 1986 que foi cumprido. Quando ele ia buscar bilhetes para o jogo de hoje pagava o anterior. Vendia os bilhetes, ganhava dinheiro com eles? O problema já não era nosso. Máfia da noite e tráfico de droga? Nunca ouvi falar. Considero amigo. Se fosse um traficante de droga, não seria. E ficaria surpreendido, sinceramente. Já o foi ver à prisão? Já. Falámos do Porto. Achei que estava com muita força. Com revolta e com força. Estava mais preocupado comigo do que com ele", disse o antigo presidente.

A chegada da direção de André Villas-Boas descortinou uma situação financeira delicada no clube portista, algo que Pinto da Costa desdramatiza, apresentando argumentos em contrário.

"Dizem que deixámos 8 mil euros na conta, mas o que deixámos são 50 milhões porque vamos ao Mundial de Clubes, um contrato de 60 milhões com a Ithaka, que depois quiseram melhorar o contrato à custa dos sócios, aumentaram os lugares cativos e camarotes significativamente e obviamente que o contrato melhorou... Ainda agora venderam o Evanilson por 37 milhões e isso é património que nós deixámos. Deixei 69 títulos em futebol, 2.560 nas modalidades, um estádio que fizemos, um museu, um pavilhão e deixei sobretudo desde 1962 a maior parte dos dias da minha vida", atirou.