
Um relatório dá conta de que a pirataria em eventos desportivos continua a aumentar, contrastando com as medidas exigidas pela Comissão Europeia.
Segundo o jornal 'A Marca', os intermediários digitais são um dos problemas, tendo em consideração que em 2024 foram enviados mais de 10,8 milhões de avisos relacionados com transmissões de fontes ilegais em direto. Contudo, 81% desses alertas não tiveram efeitos no que toca à suspensão dessas retransmissões.
O relatório foi elaborado pela 'Grant Thornton' e 'Live Content Coalition' e garante que a pirataria no desporto tem um impacto direto nos direitos dos eventos ao vivo, como no caso da LaLiga, por exemplo. O valor dos diretos audiovisuais fica comprometido, levando à perda de vários milhões, sendo que as receitas de transmissão são vistas fundamentais para os clubes e para as ligas.
A Comissão Europeia apresenta medidas para combater este fenómeno, mas não são aplicadas nem tidas em conta, segundo a 'Marca'. Em 2024, os números revelam que foram detectadas mais de 10,8 milhões de transmissões ilegais.
De acordo com o relatório, apenas 2,7 % das ilegalidades foram resolvidas nos primeiros 30 minutos, ao passo de 20% precisaram de mais de 120 minutos para serem tratadas. Os números mais alarmantes são relativos às retransmissões não autorizadas que não tiveram qualquer suspensão (81%). Estes dados revelam que existe uma inoperância e falta de eficácia da Recomendação da Comissão Europeia, emitida em maio de 2023.
Ora, um dos principais problemas está diretamente ligado às organizações que dependem das receitas das transmissões ao vivo, que sentem que o modelo de negócio se torna pouco sustentável.
Os Fornecedores de Servidores Dedicados receberam cerca de 52% de alertas, em que 89% deles não resultaram em nenhuma suspensão. O relatório apelida estes dados de alarmantes, principalmente porque contrastam com as estatísticas das plataformas em linha.
As plataformas em linha têm conseguido travar essas transmissões com relativa eficácia, na medida em que 98% das notificações foram efetuadas.
Em jeito de balanço, o relatório refere que os acordos de cooperação precisam de ser reforçados e as infrações têm de ser mais céleres. Para além disso, indica os Fornecedores de Servidores Dedicados como um dos responsáveis para as retransmissões ilegais não suspensas, sendo necessárias medidas adicionais específicas para contrariar essa tendência.
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