Pizzi concedeu esta segunda-feira uma entrevista ao canal 11, onde falou, entre outros temas, sobre a sua passagem pelo Benfica. O antigo médio dos encarnados recordou a temporada 2019/2020, sob a orientação técnica de Bruno Lage, e os primeiros tempos da pandemia.

"Começámos bem a temporada. Vencemos a Supertaça de Portugal frente ao Sporting, por 5-0. Na primeira volta creio que apenas perdemos com o FC Porto. Depois começámos a segunda volta... e veio o Covid. Foi dificil para todos, não só para nós. Quando voltámos, o FC Porto perde em Famalicão, mas nós empatámos com o Tondela. Quando íamos para o Seixal houve o apedrejamento do autocarro e foi como uma bola de neve. Em campo não conseguíamos... ainda hoje não consigo dizer o que se passou", começou por dizer Pizzi.

O jogador deixou elogios a Lage, e acredita que o treinador português tinha futuro aos comandos do clube da Luz, mas acabou por ser o sacrificado pelos maus resultados da equipa.

"Nós tínhamos um grupo muito bom, nunca tivemos um problema com Bruno Lage. Além de bom treinador, fora do campo era incrível. A sua saída foi difícil, ele não era o culpado. Quando uma equipa não ganha, o treinador é sempre o primeiro a ser sacrificado. O futuro do Benfica podia passar pelo míster Bruno Lage, a equipa jogava bem, apostava na formação, e eu acreditava que ele podia ser o futuro. Depois são coisas que acontecem, a direção achou por bem isso. Depois foi uma bola de neve que não conseguimos controlar. O facto de não termos adeptos, as equipas iam à Luz mais descontraídas, como se fosse pré-época. Sentia que era mais fácil para eles. Foi um misto de coisas que não conseguimos controlar", acrescentou.

Ao longo de quase oito anos no Benfica, Pizzi partilhou balneário com muitos jogadores, entre os quais João Félix, avançado que nesta altura tem um grande ponto de interrogação no seu futuro. Pizzi, que também já foi orientado por Diego Simeone, deixou rasgados elogios ao antigo colega de equipa, mas também lhe deu um conselho.

"O Félix para mim é um fenómeno. Tive a felicidade de presenciar o quão bom ele é. É fantástico. Um dos melhores que já apanhei tecnicamente. Falta-lhe continuidade. Em termos de treino, vi no Benfica, treinava muito bem. Falta continuidade e um contexto favorável. A qualidade que tem dá para dar o salto. O Simeone é um grande treinador, mas não gosta de um futebol apoiado. O Félix gosta de jogar apoiado, um jogo de bairro, mais anárquico. Passava maior parte do tempo a defender. O estilo de jogo não o favorecia. O jogador também tem que ser inteligente e adaptar-se ao que o treinador e o que o clube quer", sublinhou.