Ronaldo chegou a Madrid decorria a época 2009 depois de uma novela e de um verão interminável onde tudo se escreveu, até que o negócio foi dado por concluído.

O internacional português saudava o mundo madrileno com um “Hala Madrid”, o que se traduziu numa espécie de amor à primeira vista entre si e os adeptos.

Barcelona tinha o pequeno Messi que “crescia” a olhos vistos de ano para ano, e Madrid tinha agora um grande e consagrado Cristiano Ronaldo, que um ano antes tinha ganho a sua primeira Bola de Ouro.

Ronaldo e a sombra de Messi

Quatro anos e meio se passaram sobre o início desta história e algo mudou. O português conquistou definitivamente Madrid, a Europa e o Mundo com o seu futebol, mas não mais conquistou a Bola de Ouro.

Em 2009, Lionel Messi sagrou-se vencedor, e depois em 2010, e ainda em 2011, e ganhou mais uma em 2012. Quanto a Ronaldo passou a ser o eterno segundo, até porque foi esse o lugar que lhe coube em 2009, 2011 e 2012. Algo que quem o conhece sabe que não lhe agrada. Desde os tempos do Sporting que dizia bem alto a quem o quisesse ouvir que ia ser o melhor jogador do Mundo.

Se no confronto individual, as coisas têm-se desequilibrado para o lado do argentino, a nível coletivo o cenário adensa-se mais ainda.

Real Madrid e Barcelona em títulos

Desde a sua chegada, CR7 venceu um campeonato (2011/12), uma Taça do Rei (2010/12) e uma Supertaça (2012).

Mas o que é isso comparado com o rol de títulos que Messi averbou desde a chegada de CR7? Foram três campeonatos (2009/10, 2010/11 e 2012/13), uma Liga dos Campeões (2010/11), uma Taça do Rei (2011/12), três Supertaças (2010, 2011 e 2013), uma Supertaça Europeia (2011) e um Campeonato do Mundo de Clubes (2011).

O fim da maldição

Nada disto diminui aquilo que Cristiano Ronaldo representa e a sua vontade de se superar a cada ano que passa. Foi exatamente isso que aconteceu neste ano de 2013. O ano em que o jogador voltou a reunir a unanimidade das aclamações, em que poupou nas palavras e falou com golos, e até teve uma ajuda inesperada do presidente da FIFA Seph Blatter que, com as suas críticas, empurrou Ronaldo para uma ponta final de ano fantástica.

Os números não mentem, e se a festa do futebol são os golos, então Ronaldo foi um verdadeiro folião. Em 2013, o internacional português fez os adeptos gritar golo por 69 vezes, contra os apenas 45 do argentino.

E se houvesse dúvidas da sua preponderância, o play-off com a Suécia para o Mundial 2014 retirou-as. O internacional português mostrou que também é decisivo ao serviço da sua seleção marcando quatro golos em dois jogos, carregando Portugal até ao Brasil.

Se durante muito tempo, Cristiano Ronaldo parecia ter uma maldição, uma espécie de sombra de Messi a pairar sobre si mesmo, este foi o ano em que definitivamente essa desapareceu.

Engane-se quem pense que excluímos Franck Ribery desta corrida. Ele está com mérito neste poleiro. O francês é um jogador notável e conquistou tudo o que havia para conquistar no ano passado pelo Bayern Munique. Só que Ribery é deste mundo, e Ronaldo e Messi definitivamente não o são.