O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín, disse esta quinta-feira que ao escolher Luiz Felipe Scolari para selecionador estava a entregar o destino da seleção no Mundial2014 a umas “mãos competentes”.

«Decidimos entregar o destino da seleção, com vista ao grande objetivo do Mundial, a umas mãos competentes, com capacidade reconhecida», disse Marín, na hora de apontar Scolari como selecionador e Carlos Alberto Parreira como coordenador.

Luiz Felipe Scolari, que conduziu em 2002 o Brasil ao quinto último título Mundial da sua seleção, regressa dez anos depois e em substituição de Mano Menezes, técnico que falhou a Taça América e os Jogos Olímpicos de Londres2012.

O Brasil surge numa posição de grande responsabilidade para 2014, não só com algum favoritismo como seleção mais galardoada em Mundiais, mas sobretudo por ser o país anfitrião da prova, o que lhe confere maior pressão.

«Temos a obrigação de ganhar. Não somos favoritos agora, mas pretendemos sê-lo quando chegar o Mundial e vamos trabalhar para isso», disse hoje Scolari, mas rejeitando qualquer pressão com o “novo” cargo.

Na conferência, Carlos Alberto Parreira, também campeão enquanto selecionador em 1994, explicou que “Felipão”, como Scolari é conhecido, é a «figura principal» e que o seu trabalho será o de ajudar nas convocatórias, no treino e trabalho técnico.

Já Scolari esclareceu que aproveitará a base dos jogadores de Mano Menezes, mas que pretenderá fazer algumas mudanças, sabendo que a sua primeira convocatória será em janeiro, na preparação do particular com a Inglaterra, em fevereiro, em Londres.

Os dois “campeões do mundo” disseram ainda que pretendem criar «um ambiente de união» entre a seleção e o povo brasileiro, para que a equipa se sinta «em casa» e «amparada».

Não será a primeira vez que Scolari terá uma seleção a jogar em casa uma grande competição, já que em 2004 o técnico brasileiro levou o “organizador” Portugal à final do Euro2004, onde perdeu na final com a Grécia (1-0).

Na ocasião Scolari conseguiu motivar e incentivar o apoio à seleção, com muitos portugueses a pendurarem as bandeiras símbolo do país nas janelas e a acompanharem a equipa durante a competição.

Um dos jogadores que não terá tido a melhor das relações com Scolari é o ex-internacional Romário, por quem muitos brasileiros se mobilizaram quando o técnico não o convocou para o Mundial2002, e que hoje é um dos seus defensores.

«Desejo o melhor ao meu amigo Parreira e ao Felipão. Sabemos agora que teremos os melhores jogadores na seleção», referiu Romário.

A escolha também foi do agrado da antiga estrela Zico, com o ex-jogador a lembrar que Scolari, de 64 anos, teve enorme sucesso com o Brasil e que é um «grande nome para liderar a equipa no Mundial» em casa.