Os futebolistas brasileiros querem melhores condições salariais, mais segurança no trabalho e melhor proteção sanitária, quando já se fala na possibilidade de reatar a competição, suspensa por causa da pandemia de covid-19.
A mensagem passa através de um vídeo da Fenapaf, a estrutura nacional de jogadores, com 16 futebolistas de diferentes clubes a dar a cara pelo que apresentam como uma realidade difícil.
O vídeo acabou por geral alguma polémica pela escolha para último testemunho - Felipe Melo, jogador do Palmeiras é assumido apoiante do presidente Jair Bolsonaro.
Diego e Everton Ribeiro, do Flamengo, Leandro Castan, do Vasco da Gama, Cássio, do Corinthians, Réver, do Atlético Mineiro, e Léo, do Cruzeiro, são alguns dos jogadores escolhidos para ler um texto corrido com críticas em várias direções.
"Temos diferentes realidades na nossa classe, a maioria só trabalha três meses por ano, 95 por cento de nós recebemos menos que dois salários mínimos", referem os jogadores. "Mudar as leis, sem ouvir a gente? Isso não é legal", comentam, a propósito da proposta de congelamento do Plano de Modernização do setor e da redução de 50% do valor pago aos jogadores em caso de rescisão unilateral.
"O povo brasileiro ama e quer o futebol de volta, nós também amamos e queremos voltar, nossas famílias precisam de nós. Somos todos pelo trabalho, mas precisamos de pensar na saúde de todos nós, venceremos essa partida juntos", referem ainda os jogadores.
O futebol no Brasil está parado desde 15 de março e ainda não tem data de recomeço, apesar de muitas pressões nesse sentido. Jair Bolsonaro chegou a dizer que se a escolha fosse só dele, já tinha voltado.
Por enquanto, o regresso é 'tímido' e apenas o Internacional de Porto Alegre regressou hoje aos treinos, respeitando o distanciamento social.
O Flamengo, treinado por Jorge Jesus e campeão nacional e detentor da Taça Libertadores, adiou os planos do regresso depois da morte por covid-19 de um dos elementos da sua estrutura, na segunda-feira.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.
No Brasil, morreram 7.367 pessoas das 108.620 confirmadas como infetadas, o que coloc o país como o nono mais atingido, até ao momento.
Comentários