Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Esta é uma expressão bem portuguesa que pode muito bem ser aplicada aos primeiros tempos de Jorge Jesus no Flamengo. As duvidas iniciais de imprensa e comentadores deram lugar a opiniões muitos positivas, principalmente dos jogadores.
Os atletas sentiram o peso das muitas mudanças impostas pelo novo treinador, mas um mês volvido o plantel do emblema carioca está rendido a Jesus. Diego, antigo médio do FC Porto e é um dos capitães de equipa do Mengão, é mais um dos jogadores que falou naquilo que o português trouxe de diferente ao clube.
"É um novo treinador com nova filosofia. É muito exigente e inteligente também. Passei alguns anos na Europa, até que conheço, mas são sempre novas ideias e estamos sempre a aprender. Faz tudo parte desse pacote e estamos a gostar", começou por dizer o internacional brasileiro em entrevista ao 'Globoesporte'.
"Existem várias maneiras de vencer e ele traz a forma que ele acredita. Acho que é um pouco diferente nessa forma de cobrar, com autenticidade a todo momento. Isso não é algo muito normal, mas faz parte do futebol e temos que saber lidar", acrescentou, revelando aquilo que mudou no dia a dia do Flamengo:
"Temos a cartilha da disciplina. Horários, o que pode, o que não pode... tanto dentro quanto fora do clube. Temos que ficar atentos a essa cartilha. Agora há biometria digital na chegada, temos de esperar que a equipa esteja completa para poder começar as refeições, seja almoço ou jantar. São algumas das modificações", explicou.
Diego revelou também que a exigência dentro do centro de treinos se prolongou para fora do ambiente do clube, salientando que até as idas à praia foram afetadas.
"No começo chegaram a comentar sobre ir à praia ou não nas folgas, se podia ou se não podia. Comunicar se saíssemos da cidade... Não tínhamos esse hábito, mas este é um grupo que não tem problemas em seguir regras. Ele exigiu muito até agora, mas também já reconheceu essa qualidade da equipa e isso para nós é muito bom. Ir à praia pode... mas no dia certo", vincou o médio.
O internacional brasileiro e também capitão de equipa do Flamengo salientou que, agora, tem responsabilidades adicionais que lhe foram atribuídas pelo próprio treinador.
"Deu-me a mim e a outros jogadores a responsabilidade de ser, acima de tudo, uma boa referência e a ajudar a administrar esse lado disciplinar. Deixou claro que o capitão tem uma responsabilidade a mais do que os outros. Mas nunca tivemos problemas com isso neste grupo. No que ele precisar neste aspecto estou pronto para ajudar", finalizou.
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