A oposição alemã ao projeto de reforma da Liga dos Campeões apresentado pela UEFA é o resultado de um "choque de culturas", segundo o diretor-executivo do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, que no entanto faz um apelo aos seus compatriotas pelo compromisso.
A Liga alemã de futebol (DFL) e os seus 36 clubes posicionaram-se, por unanimidade, contra o projeto de reforma da 'Champions' que visa criar uma espécie de Super Liga' europeia, com um núcleo de clubes reconduzidos de um ano para o outro, e um acesso limitado à competição através de campeonatos nacionais.
Os clubes impregnados de cultura americana ou anglo-saxónica "não entendem, de forma alguma, o que nós sentimos, que uma sociedade fechada não é algo à qual aspiramos", disse Watzke esta terça-feira no Signal Iduna Park, onde foi apresentado à imprensa o balanço da temporada do Borussia de Dortmund, vice-campeão da Alemanha.
"Digo aqui claramente: temos que reforçar a posição da Bundesliga. A reforma [da Liga dos Campeões] chegará, de uma forma ou de outra, e nós queremos que ela respeite, na medida do possível, o sentimento dos alemães (...) Mas ninguém deve acreditar que eles vão adoptar 90 por cento das nossas ideias. No fim, eles vão dizer-nos: 'façam o que quiserem, nós faremos a nossa Liga sem vocês", sublinhou o diretor-executivo do Dortmund, explicando que a Alemanha deve assumir um compromisso, para não ficar à margem.
"Se a Bundesliga se isolar, o futebol alemão morre. Se não estivermos dentro do sistema, não vamos nos desenvolvemos mais", alertou Watzke.
A maioria das ligas europeias opõe-se a esta reforma da Liga dos Campeões. A Liga espanhola considera até possíveis recursos na justiça. Em França, a Liga (LFP) e a Federação (FFF) do país querem apresentar uma "proposta alternativa" nos próximos dias.
"Não vamos decidir nada sem levar em conta as opiniões de cada um", assegurou a UEFA na última sexta-feira, após um encontro em Budapeste com as federações europeias.
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