Em Novembro do ano passado os procuradores de Bochum anunciaram o arranque das investigações e, na ocasião, apontaram para cerca de 200 jogos sob suspeita de viciação de resultados, envolvendo 200 pessoas.

Esta operação levou responsáveis da UEFA a dizer que se poderia estar perante o maior escândalo de manipulação de jogos na Europa.

De acordo com os procuradores, de Novembro para cá as investigações consolidaram as suspeitas acerca da viciação de resultados.

Acrescentaram que existem fortes indícios de que foram pagos 1,5 milhões de euros em subornos a árbitros, jogadores e outros intervenientes e que os lucros de apostas manipuladas atingiram 7,5 milhões de euros. Estimam ainda em 12 milhões de euros o valor total de apostas em jogos cujos resultados poderão ter sido manipulados.

Os investigadores admitem que aqueles valores possam ainda aumentar por haver indícios de que muitas pessoas foram utilizadas para colocar apostas em diferentes países europeus para encobrir os suspeitos.

A título de exemplo indicaram a existência de seis mil apostas colocadas em Inglaterra por um único apostador asiático não identificado, no valor total de 32,5 milhões de euros, as quais poderão ser atribuídas ao grupo sob investigação, apesar de nem todas incidirem sobre jogos sob suspeita.

O inquérito em curso abrange 53 jogos na Alemanha, 19 na Bélgica, 35 na Suíça, 15 na Croácia, sete na Eslovénia, 74 na Turquia, 14 na Hungria, oito na Bósnia, 12 na Áustria e 33 em competições internacionais.

Os promotores não revelaram quais os jogos sob suspeita assim como o nome das pessoas sob investigação, esclarecendo que há oito pessoas detidas a aguardar acusação na Alemanha.

Foi também avançado que se efectuaram três detenções na Suíça, 22 na Croácia e cerca de 70 na Turquia.

“As investigações são extremamente complexas e vão demorar ainda muito tempo”, continuou o Ministério Público, embora tenha adiantado que espera avançar “em breve” com acusações.

Acrescentou que “toda a informação relevante” está a ser tratada e partilhada com as autoridades dos restantes países envolvidos, nomeadamente Bélgica, Eslovénia, Hungria, Bósnia, Áustria e Inglaterra.

A procuradoria de Bochum é a principal autoridade alemã no combate à corrupção e fraude.