O patrão da Adidas, Herbert Hainer, disse não acreditar que a organização do Mundial2006 de futebol possa ter sido comprada pela Federação Alemã de Futebol (DFB) e está convencido de que vai existir um esclarecimento.

“Francamente, tenho que dizer que não acredito”, salientou Hainer, numa conferência de anúncio dos resultados do primeiro trimestre do grupo da Adidas, uma das principais patrocinadoras do organismo máximo do futebol mundial.

Embora admita que “não seja bom para o futebol, para os adeptos, para todos os que amam o desporto”, Hainer disse estar convicto de que “a DBF, com ajuda do exterior, vai explicar o caso e esclarecer tudo”.

“Por que razão a DBF emprestou dinheiro? Para onde foi o dinheiro? Para que serviu? Penso que é o que todos nós, adeptos, patrocinadores e a opinião pública, estamos à espera de ouvir”, frisou o responsável da Adidas.

O empresário falou aos jornalistas dois dias depois de buscas à sede da Federação, por suspeitas de evasão fiscal relacionadas com o escândalo sobre eventuais subornos para a atribuição do Mundial de 2006.

As buscas estenderam-se às residências do presidente da DFB, Wolfgang Niersbach, do ex-presidente Theo Zwanziger e do antigo secretário-geral Horst Schmidt.

A DBF é suspeita ter subornado a FIFA, mediante um pagamento de 6,7 milhões de euros, para poder organizar o Campeonato do Mundo de 2006.

Sobre o valor em causa, o presidente da DBF, Wolfgang Niersbach, já tinha justificado que a federação recebeu os 6,7 milhões de Robert Louis-Dreyfus, antigo chefe da Adidas, para serem posteriormente doados à FIFA em 2002, dois anos após a escolha do país como sede do Mundial.

Segundo o mesmo responsável, esta verba tinha sido canalizada para assegurar uma posterior subvenção de 170 milhões da entidade que gere o futebol mundial, uma explicação de a FIFA se demarcou.

Na votação para a atribuição da organização do Mundial de 2006, que decorreu no ano de 2000, a Alemanha ganhou o direito de organizar o evento por uma vantagem de um voto, tendo conquistado 12, contra os 11 da África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey.