O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, garantiu hoje que o país terá no final do mês de Agosto uma Selecção Nacional Feminina para cumprir as directrizes da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Esta garantia foi dada em conferência de imprensa convocada por Mário Semedo para falar do Campeonato Nacional de Futebol Feminino a decorrer 01 a 11 de Agosto.
Conforme Mário Semedo, as selecções de São Tomé e Príncipe e da Guine Bissau já manifestaram o interesse em jogar com a nossa selecção e a projecção é que até ao final do mês Cabo Verde tenha uma equipa nacional feminina.
“Neste momento, há um problema de datas, mas estamos a apontar para o mês de Agosto. Talvez no final de Agosto possamos ter uma Selecção Nacional a jogar aqui em Cabo Verde. Mas, nem tudo vai depender de nós. Vai depender se até essa altura São Tomé estará disponível para vir jogar”, declarou o presidente da FCF.
Falando concretamente sobre o campeonato, Mário Semedo disse que o orçamento da competição vai girar à volta de sete mil contos e que, de acordo com o formato deste ano, as equipas serão divididas em dois grupos.
Um grupo vai jogar na ilha de São Vicente e outro na cidade da Praia. Haverá outro jogo na ilha da Boa Vista entre o campeão do Sal e o campeão da Boa Vista. As três equipas vencedoras dessas competições disputarão o final na ilha das Dunas, junto com a Sevem Stars, que é campeã em título.
Para Mário Semedo, as maiores dificuldades para organizar este campeonato prendem-se com as dificuldades no transporte inter-ilhas , marítimo e aéreo, este último porque a Binter, a única companhia existente, “não tem tido a capacidade de responder a todas as demandas.”
“O transporte não é um problema que se põe apenas a nível do futebol. Este ano várias modalidades tiveram que adiar as suas provas nacionais tendo em conta as dificuldades no transporte”, afirmou.
Durante o campeonato, a Federação Cabo-verdiana de Futebol vai-se associar ao Instituto Cabo-Verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) e à Primeira-Dama, Lígia Fonseca, para promover igualdade de género.
“Como o futebol tem voz, queremos associarmo-nos à esta instituição para fazermos parte da luta para a igualdade do género e contra a Violência Baseada no Género e para que o desporto não seja uma coisa só de homens”, defendeu.
O presidente FCF realçou que o futebol feminino tem “grande importância” para federação, até porque a própria FIFA instituiu que parte das verbas atribuídas às federações são obrigatoriamente destinadas ao futebol feminino.
“No ano passado, a FIFA deu dinheiro para o futebol feminino, mas o campeonato não foi organizado”, criticou Mário Semedo, arriscando-se a dizer que, em alguns casos, o futebol feminino atrai mais público do que o campeonato de homens.
Quanto a outros projectos focados para a classe feminina, Mário Semedo avançou também que a federação está a trabalhar para oferecer ainda este ano formações de treinadores para futebol feminino e para promover as cabo-verdianas na arbitragem internacional.
É que, sublinhou, neste momento Cabo Verde tem apenas uma árbitra internacional, o que é insuficiente para um país com “mulheres que têm capacidade e competências técnicas.”
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