O Futebol Clube Ultramarina veio hoje ao Mindelo derrotar o Mindelense, no seu estádio, e perante boa moldura humana, por 2-0, golos apontados na primeira parte por Patchik, aos 13 minutos, e por Djassa, aos 45+2.
O Mindelense, após a peripécia ocorrida com a partida da primeira mão, que não se realizou no passado fim-de-semana, na ilha de São Nicolau, jogou hoje a segunda mão sob protesto, anunciaram os seus responsáveis antes do início da partida.
Antes do apito inicial deste jogo da 2ª mão, o árbitro Manuel Timas, que deverá ter entrado para a história, porventura, como o primeiro árbitro do mundo a arbitrar uma segunda mão de uma eliminatória a duas mãos, sem que tivesse sido realizada a primeira mão, observou um minuto de silêncio em memória do jovem futebolista Wilson, do Beira-Mar, equipa do Tarrrafal, que milita no campeonato de Santiago Norte, e que foi a enterrar na semana passada.
Quanto ao jogo Mindelense – Ultramarina, os primeiros dez minutos revelaram duas formações encaixadas uma na outra, marcação zonal no processo defensivo a resultar por banda da Ultramarina, espaços reduzidos no miolo do terreno de jogo e muita, muita bola lançada para as costas dos defesas, sem consequências práticas.
Aos 13 minutos, perante um Mindelense adormecido, que o treinador Rui Alberto, no fim classificaria de “vaidade e passividade”, a Ultramarina marcou numa jogada típica de contra-ataque pela direita, com cruzamento a atravessar toda a área do Mindelense até aos pés de Patchik, do outro lado, que só teve que empurrar o esférico para o fundo das redes.
Golo cedo, galvanizador para uma equipa que jogava na casa do adversário, e a verdade é que os rapazes de São Nicolau continuaram certinhos nas marcações, a fechar os espaços entrelinhas para obstaculizar o Mindelense na construção do seu processo ofensivo.
Mindelense que não incomodava, minimamente, o sector recuado da Ultramarina que, aos 25 minutos, só não fez o 2-0 porque a barra devolveu um remate potente de Bada, antecedido de vistosa jogada individual do médio saonicolauense.
Ultramarina bem no jogo, ao passo que o Mindelense passou toda a primeira parte a procurar um fio condutor de jogo, que não encontrou. Com inteligência, a Ultramarina soube jogar com e nos erros do seu adversário, sobretudo a meio-campo.
Os dois únicos lances do Mindelense nas imediações da área da Ultramarina acontecerem na ponta final da primeira parte (43 e 44 minutos) sem resultados práticos no rumo da partida.
E quando já se cumpria dois dos quatro minutos de compensação, eis que a Ultramarina gela o “Adérito Sena”, quando Djassa fez o 2-0 ao corresponder com remate certeiro a cruzamento de Patchik, o melhor em campo, na esquerda do ataque da equipa de São Nicolau.
Na sequência dos festejos, o marcador do segundo golo, Djassa, foi expulso por acumulação de cartões amarelos, ou seja a Ultramarina jogou toda a segunda parte com menos uma unidade, mas mesmo assim conseguiu alcançar a vitória.
Verdade que o Mindelense, a perder em casa por 2-0, melhorou na segunda parte, atacou mais, criou situações de concretização, muito por causa do “convite” da Ultramarina que recuou no terreno, fez um jogo de contenção, mas sempre a espreitar o contra-ataque.
Em resumo, vitória sem mácula da Ultramarina, quilómetros superior ao Mindelense na primeira parte, ao contrário da equipa da casa que melhorou o seu desempenho na segunda parte, mas continuou uma nulidade no processo de finalização.
Assim, as meias-finais do campeonato de Cabo Verde em futebol passam a contar com uma equipa (Ultramarina) que vence o jogo da segunda mão, sem que a primeira tivesse sido realizada, uma equipa do Mindelense que jogou sob protesto hoje e agora sobra, para órgãos da federação de futebol, um processo que, com certeza, será resolvido na secretaria.
Enquanto isso, a uma semana da primeira mão da final, o Sporting da Praia ainda não conhece o seu adversário.
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