Vinte anos após ter perdido a final da extinta Taça dos Vencedores das Taças, o 1º de Agosto recebe terça-feira, às 17 horas, no estádio 11 de Novembro, em Luanda, o Esperance de Tunis, para as meias-finais da Champions, em jogo de 'desforra'.

O tempo passou desde a grande penalidade falhada por Assis, em 1998, no estádio da Cidadela, em Luanda, mas a nostalgia permanece até hoje. Uma vitória de 2-0 bastava para a conquista da inédita prova, após derrota na Tunísia por 1-3.

“Revanche”, palavra de origem francesa que significa desforra, enquadra-se bem na realidade “militar”, numa altura em que as circunstâncias e o momento diferem da de duas décadas atrás.

No passado estava em causa a conquista do ceptro e o clube das Forças Armadas Angolanas (FAA) contava com apenas 11 anos de existência (1977), portanto, sem grande experiência continental.

No actual cenário a prova é de maior relevância (Champions) e trata-se do primeiro jogo, a duas “mãos”, em busca do passe à final, estando, também, bem mais alicerçado no mercado e, por força disso, melhor organizado para as exigências que provas de tal grandeza acarretam.

Sem os protagonistas de “ontem” Mendonça, Nsilulu, Stopirra, Hélder Vicente e Neto, o D'Agosto conta hoje com Tony Cabaça (o guarda-redes que defendeu duas penalidades na eliminatória anterior com o TP Mazembe), Geraldo, Ibukum, Massunguna e Bobo. Já agora, tem Mongo, autor do golo da qualificação para esta fase.

O Esperance de Túnis não é um adversário qualquer, sendo, a priori, favorito se a análise restringir-se ao histórico entre os contendores.

Totalizam-se quatro partidas das quais três vitórias para os magrebinos (3-1, 1-0 e 1-0) e um empate (1-1). O mais recente desaire deu-se em 2013 com triunfo em Luanda e em Túnis por 1-0, para a segunda eliminatória desta mesma Liga Africana de Clubes Campeões.

O seu palmarés na “Champions” também é de respeito: dois troféus na Liga dos Campeões (1994 e 2011), duas Taças CAF -Taça das taças (1997 e 1998), uma Supertaça da África (1995) e 28 vezes campeão tunisino, sendo os dois últimos em 2016 e 2018.

O sexto colocado do Campeonato do Mundo de Clubes, em 2011, no Japão, foi quatro vezes finalista vencido da Liga dos Campeões.

Trata-se de uma referência, de facto, do futebol africano que vem para Luanda fazer valer tal estatuto, ante um 1º de Agosto que já provou ter capacidade para “tombar gigantes”. O mais recente foi o poderoso TP Mazembe desfeiteado na ronda anterior com igualdade nula no país e outra a um golo na RDC.

O clube “rubro negro” não logrou ainda conquistar qualquer prova continental e a nível doméstico não passa de 12 troféus, abonando em seu favor, na comparação estatística, apenas a maturidade organizativa e competitiva dos últimos três anos. É tricampeão.

Plantel do 1º de Agosto - época 2018:

Guarda-redes: Tony Cabaça, Julião, Neblu e Nsesene

Defesas: Massunguna, Natael, Paizo, Bobó, Bonifácio, Yisa, Mingo Bile, e Isaac

Médios: Catraio, Vanilson, Chow, Mário, Fofó, Macaia, Bua, Ibukun Akenfenwa, Geraldo, Cirilo, Mongo, Gogoró, Méda, Nelson Luz e Vado

Avançados: Jacques, Guelor e Razaq Akanni

Técnico: Zoran Macki (sérvio).

Esperance de Túnis - época 2018/2019:

Guarda-redes: Moez Chérifia, Ali Jemal e Rami Jeridi

Defesas: Chams-Deen Chaona , Khalil Chemmam, Chamseddine Dhaouadi, Ali Machani, Aymen Mahmoud, Iheb Mbarki e Houcine Rabii.

Médios: Mohamed Romdhane, Maher Seghaier, Saâd Bguir, Ghaylène Chaalali, Fousseny Coulibaly, Franck Kom, Derbali, Amine Meskini, Mohamed Moncer , Wassim Naghmouchi e Adam Rejaibi.

Avançados: Anice Badri, Youcef Belaïli , Ayman Mohamed, Bernard Bulbwa, Haythem Jouini, Youssef Khemiri, Taha Khenissi e Mohamed Zubya.

Técnico: K.Ben Yahia