A Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) aguarda pelos relatórios do árbitro e do delegado ao jogo de repetição da primeira mão das meias-finais do campeonato, entre Ultramarina e Mindelense, que não se realizou, para tomar uma decisão.

A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo presidente da FCF, Vítor Osório, um dia após a não realização do jogo da primeira mão das meias-finais do campeonato nacional, entre a Ultramarina de São Nicolau e o Mindelense de São Vicente.

O Mindelense não conseguiu reunir o número suficiente de jogadores para viajar para São Nicolau e o jogo não se realizou no domingo, mas a Ultramarina entrou em campo juntamente com a equipa de arbitragem.

Com a falta de comparência do Mindelense, os campeões regionais de São Nicolau declararam-se o segundo finalista do campeonato nacional, dizendo que ganharam o direito de jogar com o Sporting da Praia, finalista conhecido há mais de um mês.

Já o Mindelense ameaça avançar com um pedido de impugnação do campeonato.

O presidente da FCF disse que agora os órgãos da federação vão "seguir os regulamentos" neste caso, mas só depois de receber os relatórios do árbitro e do delegado ao jogo.

Sem querer avançar mais pormenores, o dirigente disse que a federação tem "urgência" em resolver esse processo, decidindo quem vai à final, uma vez que terá de marcar a primeira mão da final e comprar as passagens das equipas finalistas.

O jogo seria repetido porque não foi realizado no início de junho, já que, depois de dois adiamentos, na terceira data prevista não apareceram as chaves para abrir os portões do estádio em São Nicolau.

A FCF instaurou um processo disciplinar à Ultramarina, mas o Conselho de Disciplina (CD) da FCF considerou "improcedente" a queixa, concluindo que não ficou provada que o clube teve intenção de esconder as chaves.

O Mindelense também apresentou um recurso, mas o Conselho de Justiça da FCF negou provimento.

Entretanto, mesmo sem se realizar o jogo da primeira mão em São Nicolau, a FCF marcou o da segunda mão em São Vicente, em que a Ultramarina venceu o Mindelense por 2-0.

Na semana passada, a federação anulou o jogo realizado e mandou repetir os dois jogos das meias-finais, prorrogando assim a época desportiva em Cabo Verde, que deveria terminar no dia 31 de julho.

Entretanto, as duas equipas não aceitam a decisão e ameaçaram não jogar. Enquanto a Ultramarina quer disputar apenas o jogo da primeira mão, o Mindelense quer ir direto para final e jogar com o Sporting da Praia, o único finalista até agora conhecido.

Este caso insólito no futebol cabo-verdiano está a gerar muita polémica no país, tendo levado as associações regiões a ‘forçarem’ uma assembleia geral extraordinária, marcada para sábado, para analisar a situação da modalidade no país e pedir a demissão de Vítor Osório.