Os futebolistas do Sporting de Espinho vão esperar até sexta-feira por uma solução para os quase três meses de salários em atraso antes de avançar com outras formas de protesto, confirmou à agência Lusa o "capitão" Ricardo Correia.
«Desde que começou a época, estão em causa três meses, mas vamos dar o benefício da dúvida à direção, que nos prometeu resolver a situação até sexta-feira», disse Ricardo Correia, em nome do grupo de trabalho do atual sexto classificado da Zona Centro da II Divisão.
O "capitão" espinhense não se quis alongar sobre as medidas a tomar em caso de novo incumprimento, o terceiro na presente época, segundo apurou a agência Lusa, por considerar que essa decisão terá de ser tomada por todo o grupo de trabalho, mas garantiu a presença da equipa no jogo com o Coimbrões, no domingo.
«O jogo [com o Coimbrões] está sempre assegurado, aconteça o que acontecer. A partir de sexta-feira, se não houver novidades, decidiremos em conjunto o que fazer e qualquer situação será uma possibilidade», sublinhou.
Ricardo Correia destacou o empenho do vice-presidente José Vieira na resolução de um problema que vai para além da atual temporada.
«Já o ano passado fizemos uma excelente campanha e as coisas não acabaram da melhor maneira», explicou Ricardo Correia.
O plantel do Sporting de Espinho não é profissional, mas os atrasos nos pagamentos já provocaram desistências no seio do grupo, com o abandono de dois elementos, embora um deles se tenha antecipado à decisão da direção.
Contactado pela Lusa, o vice-presidente para o futebol espinhense, José Vieira, confirmou a decisão e o atraso, mas de «dois meses e qualquer coisa», de acordo com a forma de pagamento acordado com o grupo de trabalho, e garantiu a regularização da situação até sexta-feira.
Segundo o dirigente, o Sporting de Espinho viu este ano reduzido a zero as verbas provenientes da autarquia, no âmbito dos protocolos estabelecidos, depois dos 210 mil euros recebidos na última época.
«O grupo sabe o que se passa e está unido. Estamos à procura de soluções e elas estão a aparecer, pelo que vamos resolver a situação até sexta-feira, de modo a realizarmos uma época o mais tranquila possível», afirmou.
O quase centenário Sporting de Espinho (fundado em 1914) ocupa o sexto lugar na Zona Centro da II Divisão, a três pontos do líder Cinfães e com a defesa menos batida de todos os campeonatos nacionais, com dois tentos, contabilizando 11 presenças na principal Liga portuguesa de futebol.
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