O presidente do Villa Athletic Club, Fábio Lopes, disse hoje que a criação deste clube que compete nos distritais de Portalegre não teve como objetivo ser um negócio, mas que "o negócio do futebol" o destruiu.

"Lamento que o meu sonho vos tenha arrastado para as notícias e lamento que tenham de ler tudo o que foi escrito, em notícias ou em comentários negativos e, por vezes, agressivos. Eu continuo a ter o sonho do desporto e do futebol como oportunidade para jovens ou para todos aqueles que são tão apaixonados como eu. Foi assim que nasceu o Villa Athletic Club", escreveu Fábio Lopes na rede social Instagram.

Isto, depois de ter admitido na terça-feira que o recém-criado clube atravessa "dias muito difíceis", por dificuldades financeiras, e procura "soluções de viabilização" do projeto.

"Nunca foi um negócio. Mas foi o negócio do futebol que o destruiu", lançou hoje o radialista, sublinhando que "o sonho virou pesadelo".

Fundado no dia 14 de junho de 2022, com sede em Ponte de Sor, o Villa Athletic Club foi inscrito nas competições da Associação de Futebol de Portalegre (AFP).

Mas o Villa faltou ao jogo da primeira jornada da Taça Remax da AFP e, na segunda ronda, no domingo, em Elvas, apresentou-se com 12 jogadores, sem equipa técnica e com equipamento emprestado pelo Grupo Desportivo Samora Correia.

A Câmara Municipal de Ponte de Sor, Portalegre, anunciou na terça-feira, através de comunicado, que revogou a cedência das instalações do seu Estádio Municipal e recinto multiúsos ao Villa Athletic Club, para os jogos de futebol da época 2022/2023.

"Peço desculpa a todos por ter acreditado no sonho. É muito mais difícil do que imaginei, reconheço. Começámos do 0 e eu acreditei que estávamos a tempo de encontrar uma solução financeira para um orçamento que triplicou à frente dos meus olhos porque fui ingénuo e confiei demasiado. E foi aí que algumas pessoas em quem confiávamos tentaram apoderar-se do clube, projeto e da ideia", assinalou Fábio Lopes.

E rematou: "A todos, quero dizer que não se salta de um barco a arder. É muito duro ler todas as ofensas pessoais e notícias que em nada contribuem para a estratégia que definimos, mas o importante é resolver os problemas das pessoas e do clube e para isso, podem contar que continuarei a dar o meu melhor".

Eis o comunicado na íntegra:

À minha família,
Aos meus amigos,
A todos os que seguem o meu trabalho,
E a todos os que se têm cruzado com o Villa Athletic Club,

Lamento que o meu sonho vos tenha arrastado para as notícias e lamento que tenham de ler tudo o que foi escrito, em notícias ou em comentários negativos e, por vezes, agressivos. Eu continuo a ter o sonho do desporto e do futebol como oportunidade para jovens ou para todos aqueles que são tão apaixonados como eu.

Foi assim que nasceu o Villa Athletic Club.

Nunca foi um negócio. Mas foi o negócio do futebol que o destruiu.
Um Clube nunca é apenas do Presidente. É de um Plantel de Jogadores, de uma Equipa Técnica, dos Adeptos, e de tantos outros que, nos bastidores, são responsáveis pelo bom funcionamento de tudo. Deve ser daqui que vem a expressão "vestir a camisola".
É nas respostas aos tempos difíceis que se define a força de uma Equipa. No meu sonho, estavam os melhores. Fiz questão de chamar os melhores. Mas nos tempos difíceis, em que a Equipa devia estar unida a encontrar soluções de viabilização do projeto e soluções para os problemas, os que acreditava serem os melhores consideraram que seria mais benéfico criar uma campanha nos media e nas redes sociais, com o intuito de destruir o valor do Villa Athletic Club e de denegrir o seu Presidente.

Pois é. O sonho virou pesadelo. Perdeu o Fábio, que quis criar um clube novo e perdeu o Conguito, a construir uma carreira há 12 anos.

Peço desculpa a todos por ter acreditado no sonho. É muito mais difícil do que imaginei, reconheço. Começámos do 0 e eu acreditei que estávamos a tempo de encontrar uma solução financeira para um orçamento que triplicou à frente dos meus olhos porque fui ingénuo e confiei demasiado. E foi aí que algumas pessoas em quem confiávamos tentaram apoderar-se do clube, projeto e da ideia.

A todos, quero dizer que não se salta de um barco a arder. É muito duro ler todas as ofensas pessoais e notícias que em nada contribuem para a estratégia que definimos, mas o importante é resolver os problemas das pessoas e do Clube e para isso, podem contar que continuarei a dar o meu melhor.

Desculpem, mais uma vez! Em breve, estarei disponível para esclarecer mais dúvidas que poderão surgir e, para terminar, MUITO OBRIGADO a todos que têm mandado mensagens a manifestar o seu apoio e a dizerem que estão disponíveis para ajudar.

É por isto que somos uma Villa.

Lisboa, 19 de Outubro de 2022
Fábio Lopes - Conguito