Lopes de Castro, presidente do Varzim, garantiu hoje à Agência Lusa que o clube liquidou as verbas de IVA e IRS, relativas ao período entre 2002 e 2004, embora reconheça que houve «atrasos» no pagamento desses impostos ao Estado.
Em causa estarão cerca de 479 mil euros referentes e IVA e 239 mil euros referentes a IRS, que, supostamente, teriam sido retidos e não entregues pelo clube ao fisco, entre meados de 2002 e 2004.
Por este alegado crime, Lopes de Castro, actual presidente do Varzim, e Luís Oliveira, o seu antecessor no cargo, vão ser julgados pela suposta prática, cada um, de um crime de abuso de confiança fiscal, na forma continuada.
Em declarações à Agência Lusa, Lopes de Castro, presidente do emblema "alvi-negro", reconheceu «que, entre 2000 e 2004, houve um atraso nos pagamentos ao Estado», mas referiu que «as verbas já foram regularizadas junto do fisco, tendo, inclusive, o clube pago multas pelo atraso».
O presidente do Varzim reservou outros esclarecimentos para mais tarde.
A Agência Lusa tentou também obter uma reacção de Luís Oliveira, algo que, até ao momento, não foi possível.
Segundo a acusação do Ministério Público, citada pelo jornal local Comércio da Póvoa de Varzim, «os arguidos sabiam que tinha de entregar os valores do IVA e IRS, mas agiram em proveito do Varzim, com o intuito de obterem vantagens patrimoniais e assim lesar o erário público».
A acusação refere ainda que os dirigentes não regularizaram a situação em tempo útil, mesmo depois das notificações feitas, «agindo de forma voluntária, livre e consciente que as suas condutas violavam preceitos legais».
A moldura penal para este tipo de crime prevê uma punição até três anos de prisão ou multa até 360 dias.
Luís Oliveira dirigiu os destinos do clube poveiro entre Janeiro de 2000 e 16 de Maio de 2004, sendo rendido, logo a seguir, por Lopes de Castro, que até hoje se mantém na presidência do emblema nortenho, cuja equipa de futebol profissional milita na Liga de Honra.
O julgamento dos dois dirigentes está agendado para 30 de Março, e irá decorrer no Tribunal da Póvoa de Varzim.
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