Os jogadores do plantel do Leixões reuniram-se hoje com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, procurando apoio perante a situação de incumprimento existente no clube – quatro meses de ordenados em atraso.

No final do encontro, Joaquim Evangelista anunciou que vai pedir uma audiência ao presidente da Liga, Mário Figueiredo.

«No seguimento desta reunião não deixarei de contactar o presidente do Leixões e pedir uma audiência ao presidente da Liga. A situação de incumprimento está a agravar-se à medida que chegamos ao final da temporada. Se a Liga não tem capacidade para lutar contra o incumprimento, temos de encontrar uma alternativa porque não podem ser sempre os jogadores a pagar a fatura.»

Joaquim Evangelista também reagiu ao comunicado emitido pelo Leixões, questionando a oportunidade desta reunião e a atuação do Sindicato.

«Devo dizer que esta reunião foi solicitada pelos jogadores, mas de qualquer forma o Sindicato não pede autorização aos clubes e reúne-se com os jogadores quando entender ser necessário abordar estes temas. E os clubes devem agradecer o facto de entendermos não criar mais mediatismo em torno do assunto e de procurarmos solucionar os problemas com sentido de responsabilidade e ponderação. Nesse sentido, acho que o comunicado foi infeliz. Aliás, é vantajoso para os clubes que estes encontros sucedam e o Leixões não é exceção até porque no ano passado reunimos e ajudámos a superar o problema.»

O presidente do Sindicato dos Jogadores explicou depois o teor da reunião.

«Serviu para esclarecimento, falámos do contexto existente, não apenas do incumprimento salarial, mas também a situação demissionária do presidente da SAD. Os jogadores precisam de saber colocar-se em relação ao futuro. É verdade que o Leixões não é um caso único e o que estamos a procurar fazer é mesmo: minimizar o problema, disponibilizando o nosso fundo de ajuda e abordar outro tipo de situações que têm que ver com a situação concreta de cada jogador.»

Joaquim Evangelista, por fim, insistiu na gravidade do momento que atravessa o futebol português.

«80 por cento dos clubes estão em incumprimento, é verdade e os dirigentes têm noção disso. A situação agrava-se e só pode ser resolvida em conjunto. Neste país até parece que se tornou regra ter um ou dois meses de ordenados em atraso. E os jogadores, que se esforçam pelos clubes, muitas vezes em condições desvantajosas, são os primeiros a ser prejudiciais pela prepotência de alguns dirigentes.»