A África do Sul e o Gana terão sido convidados para organizar a Taça das Nações Africanas de Futebol (CAN2015) caso Marrocos mantenha a intenção de desistir devido aos receios do Ébola.

De acordo com a agência France Presse, um dirigente da federação sul-africana de futebol, sob a condição de anonimato, disse que aquele país e o Gana estão entre um grupo de países convidados, através de uma carta, pela Confederação Africana de Futebol (CAF), para organizar o evento, se assim se tornar necessário.

Aquela fonte deu a conhecer uma parte da carta enviada pelo secretário-geral da CAF, Hicham El Amrani, na qual é referido que, se Marrocos se recusar a organizar a prova nas datas acordadas, aquele organismo gostaria de saber se esses países estariam interessados e em condições de organizar o evento.

Na carta é igualmente informado que, caso mais do que um país responda afirmativamente à questão, será efetuado um sorteio para designar o país sede da edição de 2015.

Os responsáveis marroquinos revelaram na semana passada que preferiam adiar a prova, agendada para se disputar de 17 de janeiro a 08 de fevereiro do próximo ano, devido ao receio de que a recente epidemia de Ébola possa vir a ser disseminada durante o torneio.

A CAF rejeitou o pedido marroquino para adiar a principal prova do continente africano, que se disputa de dois em dois anos, tendo agendado uma reunião para debater o assunto para 02 de novembro próximo, na Argélia.

Caso Marrocos insista no adiamento, o organismo que rege o futebol africano deverá nomear um novo organizador.

Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ébola causou 4.493 mortos em 8.997 casos registados em sete países (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os mais afetados, mas também Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).

A OMS teme um expressivo aumento do número de infeções, que estima poderem subir até aos 10.000 novos casos por semana (atualmente registam-se mil), até ao final do ano, na África Ocidental.

O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o atual surto o mais grave desde então.