O apedrejamento do autocarro do Boca Junior por parte dos adeptos do River Plate, antes da segunda-mão da final da Libertadores, continua a dar que falar. Na Argentina é o assunto do momento e ninguém fica indiferente aos graves incidentes de sábado, que deixaram vários jogadores feridos e levou ao adiamento da partida para nova data, ainda a determinar.

Juan Roman Riquelme, uma das figuras mais carismáticas do futebol argentino, falou dos incidentes, criticando tudo o que se tem passado no futebol do país das 'Pampas'.

"Estou farto de assistir a tudo isto. Estou farto de ver imagens de pessoas a atirar objetos ao autocarro. E continuo sem perceber como as pessoas que estavam lá não se dignaram a tentar impedir os outros de o fazer", disse o antigo criativo do Boca Juniors, ao Canal 13.

O 'maestro' colocou-se ao lado do Boca Juniors, que não quis disputar o jogo nem sábado nem domingo. Riquelme sublinha que é hora do país começara a resolver os problemas do seu futebol.

"Temos de ficar satisfeitos por o Boca não ser obrigado a jogar naquelas condições, com uma série de jogadores magoados. É importante que a Argentina comece a preocupar-se com o actual estado de coisas no futebol", rematou.

O ataque à chegada ao estádio ao autocarro do Boca, que iria disputar a segunda mão da final da Taça Libertadores, deixou vários jogadores feridos e levou ao adiamento da partida para nova data, ainda a determinar.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, atribuiu aos ‘barras bravas’ (adeptos ultra violentos) do River Plate o planeamento do ataque ao autocarro da equipa do Boca Juniores, na chegada ao Estádio Monumental.

Um dia antes da partida foram encontrados na casa de Héctor ‘Caverna’ Godoy, um dos líderes dos ‘barras bravas’, sete milhões de pesos (cerca de 160.000 mil euros) e 300 bilhetes para a segunda mão da final da Taça Libertadores.

Mauricio Macri questionou a libertação de Héctor Godoy após ter sido apurada a "contrafação de bilhetes".

“Ele é um dos principais suspeitos de orquestrar estas agressões, juntamente com os seus 300 ‘barras’", acusou.

A justiça argentina libertou no domingo, com medidas cautelares, por não terem antecedentes criminais, as 30 pessoas detidas no sábado por “atentado e resistência à autoridade” fora do estádio.

No primeiro jogo, em casa do Boca, registou-se um empate a duas bolas, depois de a partida ter sido adiada um dia devido à chuva forte que alagou o relvado do estádio La Bombonera.